Frei Francisco Sales assinala necessidade de promover solidariedade entre povos
Lisboa, 31 dez 2014 (Ecclesia) – O assistente espiritual da Obra Católica das Migrações destaca a “pertinência” da mensagem do Papa para o Dia Mundial da Paz 2015, num mundo que vive em mobilidade onde deve existir “uma fraternidade globalizada”.
“É um tema muito pertinente para a situação que o mundo hoje vive de mobilidade humana que perpassa todas as sociedades, particularmente, os países que têm mais dificuldade quer a nível da crise económica como situações de guerras, violências, calamidades naturais”, destaca o padre Francisco Sales.
O religioso franciscano considera que é necessário haver “consciência” que hoje vive-se num mundo em mobilidade e, “mais do que nunca”, as pessoas procuram trabalho em qualquer país para “viverem com a dignidade que é própria do ser humano e dos filhos de Deus”.
O responsável assinala que a “facilidade de mobilidade” origina que as pessoas sujeitem-se a “esquemas de exploração” particularmente o “tráfico de pessoas e o trabalho verdadeiramente escravo”.
A mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial da Paz – Já não escravos mas irmãos – foi inspirada na carta de São Paulo a Filemón, a quem pedia que acolhe-se um escravo, que tinha fugido, como irmão porque este se tinha convertido aos cristianismo.
“Hoje, no cristianismo não pode haver exploração do homem pelo homem, a pessoa humana não pode ser vista como objeto que está ao serviço para ser usada como meio para atingir determinados fins”, desenvolve o frei Francisco Sales.
Á Agência ECCLESIA, o sacerdote destaca ainda o último subtítulo e número da mensagem – “Globalizar a fraternidade, não a escravidão nem a indiferença” – para explicar que num mundo global “onde tudo chega muito rapidamente” e com um “simples clique” se chega e contacta com “qualquer pessoa” é preciso promover “a solidariedade, a fraternidade”.
“Temos de tomar consciência que esta cultura materialista, que pôs o homem no fim da hierarquia dos valores, centra-se na questão económica, na ganância. A pessoa humana é um simples instrumento, um meio para atingir o lucro e é preciso que se faça a inversão de valores”, alerta o responsável.
Segundo o sacerdote franciscano, no “mundo desacreditado da política, das sociedades, da economia”, a “única voz credível” hoje é a do Papa e um dos sinais é a atenção que a Comunicação Social lhe dedica.
A análise do frei Francisco Sales, assistente espiritual da Obra Católica das Migrações, pode ser ouvida no primeiro dia de 2015, a partir das 22h45, na Antena 1 da rádio pública.
SN/CB