Movimento mundial publica mensagem, apontando à igualdade económica, a partir da realidade do Ruanda
Lisboa, 07 mar 2024 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) divulgou uma mensagem para o Dia Internacional da Mulher, baseada na realidade e preocupações das mulheres do Ruanda, escrita pelo movimento do país, assinalando os desafios que continuam a persistir na luta pela igualdade de género, apesar das conquistas já celebradas.
“Apesar dos progressos em matéria de igualdade de género, continuam a existir desafios para as mulheres, tanto nas zonas rurais como urbanas, quanto à participação nos mercados, no controlo dos meios de produção e do acesso a um trabalho digno, o que dificulta a sua emancipação económica”, pode ler-se.
Na mensagem com o título “Acelerar a igualdade de género mediante a igualdade económica das mulheres”, o movimento refere que “o último inquérito à população ativa (EPA) do Ruanda mostra que a taxa global de participação da força de trabalho é de 52,9%” e que “a taxa de participação das mulheres continua a ser significativamente inferior, situando-se nos 44,4%, contra 62,5% para os homens”.
“O MTC Ruanda e outras partes interessadas estão a implementar programas para acelerar a capacitação económica das mulheres”, adianta o movimento.
Segundo explica, a alfabetização financeira, a formação profissional, projetos de cadeias de valor agrícolas, apoio a grupos de poupança, crédito e facilitação de ligações com instituições financeiras para melhorar o acesso ao financiamento são algumas das medidas tomadas para ajudar mulheres.
O MMTC avança ainda que “as mulheres são também apoiadas através de programas de acompanhamento empresarial, ferramentas profissionais e redes, para transformar as suas ideias em negócios de sucesso. Defendem igualmente a adoção de políticas que assegurem um ambiente equitativo e propício ao desenvolvimento económico tanto das mulheres como dos homens”.
A justiça e a equidade em todas as suas formas são virtudes, que os cristãos são chamados a cultivar, praticar e difundir”
No entanto, a mensagem reforça que desde 2003, quando a igualdade de género foi consagrada na Constituição, “com uma quota de 30% para as mulheres nos órgãos de tomada de decisão, a aplicação das políticas de desenvolvimento das mulheres tornaram-se mais fáceis de implementar”.
Através deste progresso, foi possível uma maior defesa das questões das mulheres e a adoção de políticas sensíveis ao género e de medidas de ação positivas.
“Em particular, as iniciativas no domínio da educação e espírito empresarial, proporcionam apoio colateral a projetos financiáveis que beneficiam especialmente as mulheres e as jovens, promovendo a sua participação de liderança, no desenvolvimento económico”, destaca.
Segundo o MMTC, estes esforços colocaram a nação africana “na linha da frente, com uma maioria de mulheres, 61,3%, no parlamento”.
“A justiça e a equidade em todas as suas formas são virtudes, que os cristãos são chamados a cultivar, praticar e difundir (Provérbios 21,3; Miqueias 6,8). Unamo-nos e continuemos a lutar por um mundo com igualdade de género. Um mundo livre de preconceitos, estereótipos e discriminação, de normas negativas de género, culturais e sociais. Um mundo diverso, justo e inclusivo. Um mundo em que se valorizem e celebrem as diferenças. Juntos podemos moldar a justiça social na economia para a vida das mulheres”, conclui.
A mensagem foi partilhada pela Liga Operária Católica – Movimento de Trabalhadores Cristãos (LOC/MTC), um dos membros fundadores do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos.
LJ/OC