A Igreja Católica manifestou a sua aprovação pela criação do Dia da Memória do Holocausto, considerando que “lembrar é um dever e uma responsabilidade comum”. A Assembleia Geral da ONU adoptou uma resolução que consagra o dia 27 de Janeiro à memória do Holocausto, pedindo às Nações que encontrem as formas mais adequadas para manter viva a sua memória. Para D. Celestino Migliore, representante da Santa Sé nas Nações Unidas, “a responsabilidade dos Estados em recordar (o Holocausto) ganha uma nova força ao celebrarmos o 60º aniversário da libertação dos campos de extermínio e a criação da ONU”. “O século XX testemunhou genocídios, atrocidades, assassinatos em massa e limpezas étnicas que, deploravelmente, não se confinaram a apenas um continente. Perante o Holocausto, é justo que lembremos e apresentemos o melhor dos nossos esforços colectivos para assegurar que, após ter encontrado um nome para este crime, as Nações do mundo o reconheçam pelo que ele é e o previnam, no futuro”, afirmou. O Núncio Apostólico nas Nações Unidas lamentou que a história “se tenha repetido” apesar do horror provocado por estes crimes. “Que o Holocausto sirva como um aviso que nos impeça de promover ideologias que justificam uma visão da dignidade humana baseada na raça, cor, língua ou religião”, apontou. Neste contexto, D. Migliore renovou o apoio da Santa Sé à resolução do Conselho de Segurança que condena o “incitamento a actos terroristas” e a apologia dos mesmos. Olhando para a actualidade internacional, a Igreja Católica pede a continuação dos esforços que visam a promoção do diálogo e do entendimento entre civilizações. “Após a Shoah, o primeiro passo para a prevenção foi a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Muitos mais passos em frente são necessários”, disse o Arcebispo italiano.
