Desertificação é pior que desemprego em Bragança

Delegação sindical encontrou-se com D. António Montes para abordar as consequências regionais da actual crise

Uma delegação sindical encontrou-se na Terça-feira, 19 de Maio, com D. António Montes, Bispo de Bragança-Miranda para abordar as consequências regionais da actual crise mundial. Os sindicalistas “entregaram-me um memorando sobre a situação aqui na região” – disse à Agência ECCLESIA D. António Montes.

No distrito de Bragança “não existe um grande problema de desemprego” porque “temos pouco emprego” – realçou o prelado. Nesta matéria “estamos «melhor» que no litoral e nas grandes cidades” – admitiu.

Depois de consultar o memorando entregue pela delegação, D. António Montes frisou que a população da diocese (corresponde ao distrito) muito. Por cada cem jovens até aos 14 anos existem 224 idosos. “A nossa população está a envelhecer drasticamente” – alerta.

No ano dois mil o distrito tinha 147 mil habitantes. Passados 7 anos, o número decresceu para 142 mil. “Todos os concelho diminuíram a população, excepto Bragança e Mirandela” – referiu o bispo. E acrescenta: “mesmo nestes dois concelhos juntos a subida situou-se nas duzentas pessoas”.

Com uma escassez de núcleos industriais, a região sofre com “a desertificação” visto que “obriga as pessoas a saírem de cá” – afirma o bispo. O tecido laboral desta região distribui-se da seguinte forma: “nas aldeias as pessoas dedicam-se à agricultura e nas cidades trabalham nos serviços”.

Apesar desta situação, a crise vigente também chegou ao nordeste transmontano. “Os cerca de 50 Centros Sociais e Paroquiais da diocese têm recebido vários pedidos de ajuda” – lamenta D. António Montes. Em relação às solicitações feitas à Caritas diocesana, o bispo sublinha que as pessoas pedem ajuda essencialmente nas áreas da “alimentação e renda de casa”.

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top