Desenvolvimento Sustentável: Santa Sé pede «políticas integradas» relacionadas com a saúde e a emancipação das mulheres, nas Nações Unidas

D. Gabriele Caccia discursou em reuniões sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável números 3 e 5

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 16 jul 2025 (Ecclesia) – O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas (ONU) defendeu saúde e bem-estar para todos, e a promoção da igualdade de género e a emancipação das mulheres centrada na pessoa, num fórum sobre Desenvolvimento Sustentável, em Nova Iorque.

“A saúde não é simplesmente a ausência de doença, mas um estado holístico de bem-estar físico, psicológico, social, espiritual e emocional; é uma parte vital do desenvolvimento humano integral”, disse D. Gabriele Caccia, que no Fórum Político de Alto Nível, citado pelo portal de notícias do Vaticano.

‘Garantir o acesso à saúde de qualidade e promover o bem-estar para todos, em todas as idades’, é o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3, e, segundo o representante da Santa Sé na ONU, “o progresso em direção ao alcance do ODS 3 permanece desigual”, porque, “milhões de pessoas ainda não têm acesso a cuidados básicos de saúde”, as taxas de mortalidade materna estão estagnadas, e “permanecem invisíveis” sofrimentos relacionados com a saúde mental.

D. Gabriele Caccia explicou que os obstáculos se enfrentam com “políticas integradas”, que reconheçam a interdependência entre a saúde e outros objetivos, como o combate à pobreza, a nutrição, a educação, a água e o saneamento e o financiamento para o desenvolvimento.

Neste sentido, indicou que a saúde deve ser garantida “aos membros mais vulneráveis da família humana”: “os nascituros, as crianças, os idosos, as pessoas com deficiência, os migrantes e aqueles que vivem em zonas de conflito”.

O observador permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, no Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável dedicado ao ODS número 5 – ‘alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas’-, falou sobre dignidade humana, igual e “inalienável”, e citou a declaração ‘Dignitas infinita’, do Dicastério para a Doutrina da Fé, publicada em abril de 2024,

“As mulheres não devem ser reduzidas a instrumentos de agendas económicas ou políticas, precisamos valorizar a complementaridade entre homens e mulheres”, disse o arcebispo católico italiano, indicando a família como o lugar original dos relacionamentos, na sede da ONU.

D. Gabriele Caccia explicou que a plena igualdade requer “condições que permitam o desenvolvimento integral das mulheres”, mais do que um mero reconhecimento formal, como o acesso à educação de qualidade, à saúde, ao trabalho decente e à vida pública.

As políticas de género devem “apoiar e proteger as famílias, a maternidade e a genitorialidade”, juntamente com a promoção da igualdade, assinalou o observador permanente da Santa Sé, que alertou contra uma visão individualista e utilitarista do papel feminino”, na Organização das Nações Unidas.

D. Gabriele Caccia participou em duas sessões do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável, sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3 e 5, da Agenda 2030, esta segunda e terça-feira, dias 14 e 15 de julho, respetivamente.

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Esta segunda-feira, o secretário-geral da ONU apresentou a 10.ª edição do Relatório dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da Agenda 2030: cerca de 35% das metas estão no rumo certo ou apresentam progressos moderados, quase metade avança muito lentamente, e 18% regrediram; o português António Guterres, que alertou para “uma emergência de desenvolvimento”, convidou os países a atuarem “com urgência, unidade, e determinação inabalável”.

Os ODS são 17, integram a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável adota em 2015, e, na sede das Nações Unidas em Nova Iorque, continuam a revisitar os objetivos globais, como trabalho, vida na água e parcerias, a ONU informa que um segmento de alto nível, vai contar com a presença de ministros de vários países, que devem negociar e divulgar uma declaração política conjunta, de 21 a 23 de julho.

CB/OC

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