Defendeu Rogério Roque Amaro na Semana da Pastoral Social
O desenvolvimento é uma “área muito ampla” que abrange vários sectores da sociedade e os evangelhos dão “pistas essenciais para o desenvolvimento” – sublinhou esta manhã (15 de Setembro) Rogério Roque Amaro na XXVI Semana da Pastoral Social a decorrer em Fátima.
O tema do desenvolvimento tem acompanhado o percurso académico e o percurso de cidadania de Rogério Roque Amaro que desenvolveu uma reflexão sobre «Conceito(s) de desenvolvimento e Doutrina Social da Igreja» onde criticou o modelo de desenvolvimento actual por três razões fundamentais: “ser um modelo eurocentrado – não ter em conta os valores de outros continentes, povos e culturas -; pelo seu economicismo – parte do princípio que o crescimento económico é tudo – e por ser um modelo que apostou na ideia que existe apenas um caminho” – disse.
O conceito de desenvolvimento começou a ser utilizado com mais frequência após à Segunda Guerra Mundial. A visão economicista está presente no conceito de desenvolvimento, mas é “muito eurocentrista” – referiu o professor universitário. No entanto, Rogério Roque Amaro reconhece que a vida “necessita de diversidade” e não deve ficar apenas “na uniformidade”.
Com cerca de 500 participantes e com o tema central «Dar-se de Verdade – Para um desenvolvimento solidário», esta iniciativa é promovida pela Comissão Episcopal da Pastoral Social. Na sua conferência, Rogério Roque Amaro adianta que após a década de 60 a noção de desenvolvimento alterou-se, não ligando apenas à “visão economicista”. O desenvolvimento “pode-se atingir por vários caminhos”.
A questão do desenvolvimento está relacionada com a “felicidade das pessoas”. A Igreja como “promotora do amor entre as pessoas tem uma palavra a dizer sobre o desenvolvimento”.
O desenvolvimento local ou comunitário devia ser uma aposta mais frequente. “Estar no mundo, mas enraizado na localidade”. E acrescenta: “esta devia no centro da globalização”. A Igreja é a instituição mais “bem colocada” para colocar “em prática este desenvolvimento local” porque “está em contacto com as pessoas” – defendeu o conferencista.
O desenvolvimento sustentável “não é um armazém de recursos nem uma dispensa da casa”, mas às vezes nota-se uma “concepção antropocêntrica do desenvolvimento sustentável”.
O conceito de desenvolvimento humano, sustentável e local “estão a fazer o seu caminho e estão a ser conceitos de referência na mudança de mentalidades e de práticas”. E acrescenta: “até de políticas por parte dos Governos”.