Organização não-governamental católica, que presta ajuda a países lusófonos, vê com bons olhos as políticas que o novo Governo pretende implementar nesta área
Lisboa, 30 jun 2011 (Ecclesia) – A Fundação Evangelização e Culturas (FEC) mostrou-se hoje satisfeita com a aposta declarada do Governo em “projetos de ajuda externa ao desenvolvimento”, sobretudo em países africanos de língua oficial portuguesa.
O administrador da organização não-governamental católica, em declarações à Agência ECCLESIA, considera que a intenção manifestada esta semana pelo executivo de Pedro Passos Coelho “é uma boa notícia, que a Fundação persegue há muito tempo”.
“No fundo, passa por potenciar as mais-valias que o Estado pode trazer para as organizações da sociedade civil, para que elas possam fazer um trabalho mais eficaz junto das populações que estão a servir”, sublinha Jorge Líbano Monteiro.
Instituída em 1990 pela Conferência Episcopal Portuguesa, no âmbito dos 500 anos da evangelização das Igrejas lusófonas, a FEC desenvolve atualmente projetos de educação, saúde e reabilitação de infraestruturas em países lusófonos, como Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique e Timor-Leste.
“As possibilidades de ajuda são tão pequenas, em comparação com as grandes organizações europeias, que só teremos impacto se houver um esforço concertado entre todos os nossos agentes da nossa sociedade”, aponta o administrador.
Jorge Líbano Monteiro espera que a participação das autoridades civis se concretize sobretudo através do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, que “tem papel central na coordenação das ações e na definição de linhas estratégicas”.
A coligação PSD/CDS-PP entregou terça-feira no Parlamento o programa para o XIX Governo Constitucional, prevendo a promoção de “uma política de cooperação estruturante” nos países lusófonos, através do desenvolvimento empresarial e das organizações não-governamentais de apoio ao desenvolvimento.
O objetivo passa por “consolidar e aprofundar” a ligação entre Portugal e aquelas comunidades, tendo em vista a produção de benefícios sociais, culturais e económicos mútuos.
JCP