Associação para o desenvolvimento quer aumentar expectativas profissionais dos jovens e formar líderes
Lisboa, 16 set 2011 (Ecclesia) – A ampliação da autoestima, ambição e empreendedorismo, acompanhada pelo incentivo à cidadania e ao crescimento das capacidades profissionais dos jovens, constituem alguns dos objetivos da Tese, associação para o desenvolvimento que aposta em projetos de inovação social.
A presidente, Helena Gata, explicou ao programa ECCLESIA na Antena 1 que a instituição pretende promover o talento através de programas de formação na área das tecnologias, design, letras, comunicação e liderança, ao mesmo tempo que favorece a inserção profissional e estimula a cidadania através do voluntariado.
Cerca de 30 jovens de classes médias-baixas, de minorias étnicas e “discriminados”, selecionados de mais de uma centena de candidatos, “vão ser capacitados para se tornarem os líderes do futuro”, aumentando as suas expectativas pessoais e profissionais, refere a responsável.
Com a crise estes jovens “têm cada vez menos hipóteses” mas a Tese acredita que possuem “um potencial enorme, são criativos e querem fazer a diferença”, pelo que investe neles com o objetivo de “criar bons líderes para Portugal”, através da promoção do “associativismo” e da “capacidade de iniciativa e de transformação da sociedade”.
[[a,d,2451,emissão (15-09-2011) ]]Helena Gata diz que está a crescer entre a juventude uma “cultura da vontade de chegar mais longe”, e dá como exemplo o percurso de uma “jovem cigana que está a estudar Sociologia” e de um rapaz “cuja expectativa era ser trabalhador nas obras, como o pai, e neste momento tem um curso qualificado e é maquinista de grua”.
“Esta crise também tem muito a ver com a moralidade, a ética e o comportamento, da agressividade económica e da falta de consciência ecológica e cívica”, mas diante deste quadro as pessoas estão “cada vez mais” preparadas para sair da sua “esfera privada e contribuir para uma sociedade melhor”, salienta a responsável.
Para a presidente da Tese, associação presente também em Moçambique, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe, “ser líder não é saber fazer um discurso, porque para isso não faltam candidatos”: “Fazer a diferença é encarar a vida de modo coerente”, unindo a prática à defesa teórica de ações como a “reciclagem” e o “voluntariado”.
A proximidade com a realidade local é essencial para resolver as dificuldades: “É estando com as pessoas que se aprende e se conhecem os seus problemas”, afirma Helena Gata, acrescentando que a “maioria dos políticos” desconhece os problemas da população e faz “leis que muitas vezes não servem para nada”.
Na semana em que a Igreja Católica refletiu sobre «Desenvolvimento local, caridade global» no 27.º encontro da Pastoral Social, o programa Ecclesia na Antena 1 apresenta projetos e respostas de proximidade, em pequenas comunidades, que manifestam a preocupação pelo bem comum.
PRE/RJM