Comissão Nacional Justiça e Paz apela à intervenção dos cristãos e políticos O Grupo de Trabalho «Economia e Sociedade» da Comissão Nacional Justiça e Paz está preocupado com o “surgimento de novas formas de pobreza no nosso país”, para as quais, considera que, o desemprego está a contribuir, “bem como para uma maior desigualdade na repartição dos rendimentos”. Num comunicado, divulgado este fim de semana no final de um Seminário sobre «O desemprego – um desafio à coesão social e à cidadania», este grupo de trabalho da CNJP refere que “a coesão social e o exercício efectivo dos direitos de cidadania estão, portanto, em perigo, o que exige um esforço concertado de toda a comunidade nacional, com vista a ultrapassar esta situação”. Um esforço que, salienta, “tem que ser desenvolvido tanto pelos poderes públicos, através da condução de políticas públicas de emprego e formação e qualificação profissional à altura dos novos desafios, como pelos parceiros sociais, promovendo a negociação de condições que favoreçam o aparecimento de mais e melhores empregos”. Neste sentido, o Grupo de Trabalho «Economia e Sociedade» apela à sociedade civil e de modo particular aos cristãos, para o dever de “não se alhearem da situação existente, exigindo uma atenção acrescida por parte dos poderes públicos no combate ao desemprego e contribuindo, por meio das iniciativas que lhes são próprias, para ajudar os desempregados, designadamente através do reforço das redes de solidariedade e do impulso à economia social”. Durante o dia de Sábado, 13 de Maio, este seminário sobre o desemprego contou com a presença de mais de 80 pessoas, e nele foram analisados dados estatísticos sobre o desemprego em Portugal que “tem vindo a crescer”, testemunhado por quem vive de perto o drama do desemprego. “Se não se conseguir inverter a tendência dos últimos anos (2000-05) – sublinha o comunicado – em breve atingiremos os 500 mil desempregados”. Perante estes números o Grupo de Trabalho «Economia e Sociedade» da CNJP contesta o “preocupante elevado grau de desaproveitamento de recursos humanos”. “A estes dados há que acrescentar o número dos «inactivos disponíveis» para um emprego e o dos «desencorajados» de o procurar, que não são contabilizados no conceito normalizado de desemprego”. Segundo o mesmo comunicado “a falta de emprego, sobretudo quando prolongada, acarreta consequências pessoais e sociais muito graves”, que podem levar à “exclusão social”, e “gera tensões sociais e conflitualidade social acrescida, propensão a comportamentos desviantes ou anomia social”. Os desafios da globalização e das novas tecnologias da informação e as suas consequências para o futuro do trabalho humano também são motivo de preocupação, e constituem um “desafio particularmente difícil de vencer, dado o grau comparativamente baixo das qualificações escolares e profissionais dos trabalhadores”. Para fazer face a esse desafio propõem uma aposta “na formação e qualificação dos nossos recursos humanos, fomentando iniciativas de interesse local e nacional, estimulando a capacidade empresarial e o empreendorismo”.