Em Sesimbra já começaram as Festas em honra do Senhor Jesus das Chagas Em Sesimbra já começaram as Festas em honra do Senhor Jesus das Chagas. Com efeito, o arranque social (e religioso) desta vivência teve início a 17 de Abril com a procissão de trasladação da Imagem da Capela da Misericórdia para a Igreja de São Tiago e prolongar-se-á pelo tempo da novena (de 24 de Abril a 2 de Maio), com a expressão máxima na procissão de 4 de Maio, antecedida pela celebração litúrgica de 3 de Maio. Este ano comemora-se o 110.º aniversário da procissão do Senhor das Chagas. Atendendo a esta efeméride pareceu-nos oportuno – para além de assinalar condignamente a data – procurarmos gerar sementes de renovação da novena – talvez mais antiga do que a própria procissão – em ordem a torná-la um momento de vivência espiritual e cristã com dimensão comunitária. De facto, desde há alguns anos que nos chegou às mãos um exemplar da «Novena do Senhor Jesus das Chagas, cuja devota imagem se venera na Igreja da Misericórdia da Villa de Cezimbra, composta por um religioso da Província da Arrábida. Lisboa. Na Régia Officina Typografica. Anno MDCCXCVIII. Com licença da Meza do Desembargador do Paço». É digno de referência que foi sobre este texto que, até meados do século vinte, se viveu a novena em honra do Senhor Jesus das Chagas. Como se poderá, então, entender alguma cristalização sobre esta ‘tradição’ atendendo às mudanças sociais, políticas e religiosas que, entretanto, se verificaram? Neste espaço temporal surgiu a electricidade (com iluminação e amplificação sonora nas Igrejas), a língua portuguesa foi introduzida na liturgia, as pessoas entendem (ou assim parece) o que se diz, a participação nos ritos foi-se tornando mais acessível, as dificuldades económicas são outras… O mundo, Portugal, a Igreja e Sesimbra mudaram muito… Por fora ou por dentro? Tendo em conta tudo isto, foi preparado um pequeno opúsculo intitulado – «Senhor Jesus das Chagas: descoberta contínua de vida. História, novena e poemas». Composto de três partes este ‘livrinho’ apresenta uma breve resenha histórica da devoção ao Senhor Jesus das Chagas, numa segunda parte a celebração litúrgica da novena, contemplando em cada dia uma faceta da Imagem e, finalmente, alguns (oito) poemas de autores de Sesimbra ao Senhor das Chagas. Apresenta-se ainda o ‘hino’ do Senhor Jesus das Chagas e a ladainha do Santíssimo Nome de Jesus. A. Sílvio Couto