Desarmar Angola O Comité Inter-Eclesial para a Paz em Angola (COIEPA) defende a participação das igrejas e da sociedade civil no processo de recolha de armas em posse da população.
De acordo com o reverendo Ntony Nzinga, secretário do COIEPA, o processo de desarmamento da população civil deveria ser antecedido de um programa de sensibilização geral com a participação de todas as forças vivas do país. O líder religioso admite que, sem este trabalho de base, será quase impossível a entrega voluntária das armas distribuídas à população durante o conflito armado.
“E preciso um trabalho educativo e pedagógico e eu não acredito que a nossa polícia, na sua forma actual, consiga ter a capacidade que necessita para este trabalho de sensibilização”, advertiu. O dirigente do COIEPA disse ter havido sinais das autoridades do país em como estão abertas para a inclusão de outras sensibilidades no processo mas advoga a necessidade da formalização dessa participação.
O líder religioso refere que o processo de desarmamento vai levar muito tempo a ser concluído pela maneira profusa como as mesmas foram distribuídas. Ntony Nzinga afirmou que o COIEPA teme que este processo se arraste até às eleições: “com as armas nas mãos dos cidadãos que durante muitos anos ficaram frustrados ou que ainda vivem o trauma do passado, poderemos assistir a situações perigosas durante a campanha eleitoral”. O secretário-geral do COIEPA defende a realização de um encontro nacional destinado a estabelecer um mecanismo de coordenação para o desarmamento.
O COIEPA designou a ONG “Angola 2000”, uma organização integrante da Rede da Paz, para liderar o grupo da sociedade civil.