Depois da morte que todo o mundo chorou… apareceu Paulo VI

Ao fim de quase quatro dias de agonia que comoveu o mundo inteiro, o Papa João XXIII – “o homem afável que conquistou todos os homens” – morreu, dia 03 de junho de 1963, no seu leito de dor. O homem que convocou o II Concílio do Vaticano teve como sucessor o Papa Paulo VI, um candidato natural ao trono de Pedro.

Ao fim de quase quatro dias de agonia que comoveu o mundo inteiro, o Papa João XXIII – “o homem afável que conquistou todos os homens” – morreu, dia 03 de junho de 1963, no seu leito de dor. O homem que convocou o II Concílio do Vaticano teve como sucessor o Papa Paulo VI, um candidato natural ao trono de Pedro.

Paulo VI foi eleito Papa a 21 de junho de 1963 e decidiu continuar os trabalhos conciliares do predecessor. Ao longo do seu pontificado promoveu encontros e relações ecuménicas com anglicanos, ortodoxos e protestantes, o que resultou em diversos “(des)encontros e (des)acordos históricos” (In: Carvalho, José. Salazar e Paulo VI – A relação conturbada do ditador com o primeiro Papa a visitar Portugal. Lisboa: Zebra Publicações, 2013 )

O pontificado do sucessor de João XXIII está enraizado no II Concílio do Vaticano, de modo “tão profundo como indissociável” e concluiu-o a 08 de dezembro de 1965, “e tudo fez para que as suas directivas fossem postas em prática”. Por outro lado, foi o primeiro Papa a viajar para fora da Europa e Portugal recebeu a sua visita em 1967.

A 21 de junho de 1963, o quadrante do velho relógio da Basílica de São Pedro (Vaticano) anunciava 11h22m e no telhado, por cima da Capela Sistina, a pequena chaminé deitava fumata branca que “tardou em extinguir-se” (In: Lazzarini, André. Paulo VI. Perfil de Montini. Lisboa: União Gráfica, 1965). As cerca de 50 mil pessoas que estavam na Praça de São Pedro (Vaticano) estavam ansiosas para saber quem iria a assomar na varanda.

Pelo meio dia, os peregrinos ouvem, em latim, do cardeal protodiácono as seguintes palavras: “Dou-vos uma grande e alegre notícia: Temos Papa! Ele é o eminentíssimo cardeal Giovanni Battista Montini, que escolheu para si o nome de Paulo VI”. Os presentes foram colhidos de surpresa pela escolha daquele nome.

De qualquer forma, e mesmo antes de ser cardeal, durante o conclave que elegeu o Papa João XXIII (cardeal Roncalli), em 1958, Giovanni Montini acabou por receber alguns votos. João XXIII, aproveitando o consistório desse mesmo ano, elevou Giovanni Montini à condição de cardeal.

Após a sua elevação a cardeal, o «Bom Papa João» outorgou-lhe um “importante mandato” – a preparação do II Concílio do Vaticano – e acaba por nomeá-lo como seu assistente. Para Montini, que colaborou de forma intensa na preparação da assembleia magna, o Papa João XXIII reservou um apartamento no Vaticano.

O tempo do concílio foi de grande movimento e trabalho no Vaticano e no mundo. João XXIII ao falecer deixou os labores conciliares ainda no início (cerca de um ano após o começo), mas a eleição de Montini foi a “melhor garantia da continuação do concílio”. Giovanni Montini marcará uma página na História da Igreja.

LFS

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