As demolições no Bairro da Liberdade, Lisboa, deverão iniciar-se no final desta semana uma vez que duas famílias ainda estão a ser realojadas, disse hoje à agência Lusa o presidente da Junta de Freguesia de Campolide, Jorge Campos. As demolições no Bairro da Liberdade vão incidir sobre 40 construções localizadas na Rua da Samaritana, Travessa da Capela, Travessa da Capela Velha e Rua da Igreja. Também a Câmara de Lisboa informou que apesar de ter dado ordens para desactivação dos contadores de água, foi impossível desactivar dois por as casas ainda se encontrarem ocupadas. Estas situações estão contudo a ser tratadas, sendo que uma das duas famílias foi realojada ontem e outra vai ser realojada até ao final desta semana, referiu o presidente da junta. Para o autarca trata-se de uma “vitória” de uma luta que já leva “mais de seis anos”, além de ser incompreensível que “em pleno século XXI continue a haver pessoas a residir em locais que nem para estábulos servem”. Estas mesmas preocupações manifestou o Cónego Francisco Crespo quando a reportagem da Agência ECCLESIA foi conhecer o Centro Social e Paroquial de São Vicente de Paulo. Por realojar ficam ainda cerca de 500 pessoas que há “30 anos aguardam resposta para a falta de condições de habitabilidade das casas onde residem”, explica o autarca. Estas demolições estão dependentes da construção de 800 fogos, orçados em 75 milhões de euros, e que continuam por construir devido à falta de verba da autarquia de Lisboa, acrescentou. O autarca referiu ainda recentemente que o Bairro da Liberdade se viu confrontado com dois problemas novos: algumas casas que não apresentam condições de habitabilidade e das quais saíram moradores foram realugadas pelos proprietários e a ocupação de entre 80 a 100 casas devolutas na Vila Ferro que foram ocupadas. Este segundo caso é tanto mais grave, segundo o autarca, por apresentar riscos de insegurança para a população do bairro, além de que se trata de ocupantes com graves problemas de toxicodependência. Notícias relacionadas Serafina e Liberdade: uma resposta social Redacção/Lusa