Demografia: Países pobres concentram crescimento da população mundial

Os países pobres concentram praticamente todo o crescimento da população mundial e a imigração conduz a um ligeiro aumento de habitantes nas regiões mais ricas. Os dados mais recentes do Departamento de Referência da População, nos Estados Unidos da América, divulgados ontem, assinalam que, em 2008, a população mundial ascendeu a 6.700 milhões de habitantes, 1.200 milhões dos quais vivem nas regiões mais desenvolvidas e os restantes nas zonas mais pobres. Em 2050, prevê-se que esta disparidade aumente, quando 86 por cento dos 9.300 milhões de habitantes mundiais residirem nos países menos desenvolvidos, em comparação com os 82 por cento actuais. O demógrafo Carl Haub, do Departamento de Referência da População, salientou que, apesar de Itália e a República Democrática do Congo terem níveis de população muito parecidos – 60 e 67 milhões de habitantes, respectivamente – em 2050, os italianos serão 62 milhões e os congoleses 189 milhões. De acordo com o relatório, os 191 milhões de imigrantes mundiais contribuíram para o crescimento da população nos países desenvolvidos, concentrados na sua maioria na Europa, América do Norte e nas regiões da antiga União Soviética. Actualmente, a China (1.324,7 milhões de habitantes), a Índia (1.149,3 milhões) e Estados Unidos (304,5 milhões) lideram a lista dos países mais populosos. Estima-se que, em meados do corrente século, a população chinesa cresça oito por cento, cedendo a primeira posição à Índia, cujo número de habitantes subirá 53 por cento. Os Estados Unidos vão manter o terceiro lugar, enquanto que alguns países vão registar descidas, como é o caso da Espanha, onde a população vai diminuir seis por cento. Na Alemanha, Rússia e Japão, as quebras demográficas serão, respectivamente, de 13, 22 e 25 por cento. A população africana, que actualmente está a crescer mais rapidamente do que em qualquer outra região, representará 21 por cento dos habitantes mundiais em 2050, comparativamente com os nove por cento de 1950. Enquanto os europeus optam por ter um ou dois filhos, os africanos subsarianos têm cinco e os asiáticos entre dois a três, acrescenta o Departamento de Referência da População. Na África Subsariana e em mais 50 países muito pobres, uma em cada 22 mulheres morre ao dar à luz, ao passo que nas regiões desenvolvidas as estatísticas baixam para uma em cada seis mil. É também nas regiões mais pobres que 18 por cento dos habitantes sofrem de desnutrição. O relatório indica ainda que em 2008, e pela primeira vez na história demográfica, metade da população mundial vive nas cidades. Redacção/Lusa

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Agência ECCLESIA

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