Défice de relacionamento é o mais grave

Presidente dos Focolares visita Portugal pela primeira vez e mostra-se esperançada num futuro mais solidário

Lisboa, 21 ago 2012 (Ecclesia) – A presidente do Movimento dos Focolares (MF), ligado à Igreja Católica, em visita a Portugal até esta quarta-feira, disse à ECCLESIA que a atual crise mundial é mais “de relação” do que económica.

“A humanidade vive uma crise que não é tanto política, económica, financeira, mas de relação e relacionamento”, referiu Maria Voce, que percorre o país pela primeira vez.

Neste sentido, a responsável assume como prioridade do MF a necessidade de “curar” os relacionamentos entre “pessoas, grupos, Estados” na sociedade atual.

O programa da passagem de Maria Voce pelo território nacional incluiu um encontro com empresários ligados à Economia de Comunhão – conceito lançado pela fundadora do MF, Chiara Lubich – e uma reunião geral com os membros do Movimento, este domingo, no Centro Paulo VI, em Fátima.

Para a presidente, a atual crise pode levar as pessoas a “olharem mais para as necessidades dos outros, a serem mais solidárias”, embora a situação não seja “positiva”, em si própria.

A visita, iniciada na quarta-feira, acontece no seguimento da comemoração do 15.º aniversário da fundação do centro de atividades do MF em Portugal, a ‘Cidadela Arco-Íris’, situada no Concelho de Alenquer, a cerca de 45 km de Lisboa.

Nascida em Ajello Calabro, na região italiana de Cosenza, a 16 de julho de 1937, Maria Voce assumiu a liderança dos Focolares em 2008, sucedendo a Chiara Lubich, que faleceu em março daquele ano.

A italiana admite que a sua missão implica uma “grande responsabilidade”, mas sublinha que o carisma do MF é de “comunhão”, pelo que existe uma partilha desse encargo.

Maria Voce integra o Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização, da Santa Sé, sublinha a importância de “caminhar em conjunto” com as pessoas de hoje, incluindo as de outras religiões, para “descobrir os dons que existem nas outras realidades”.

“Aquilo que é pedido à Igreja é que seja todo o Povo de Deus a anunciar Cristo ao mundo”, acrescenta, antes de recordar que cada vez menos pessoas entram nas igrejas e cada vez “estão no trabalho, na rua, mas com a mesma sede, a mesma necessidade de Deus”.

Em relação ao Ano da Fé, que a Igreja Católica vai viver entre outubro de 2012 e novembro de 2013, a presidente do MF diz que é uma oportunidade para redescobrir “o valor do Transcendente, a paternidade de Deus”.

Fundado em 1943, na cidade italiana de Trento, o Movimento dos Focolares assumiu-se inicialmente como uma força de renovação espiritual e social no contexto da II Guerra Mundial.

Maria Voce mostra-se “felicíssima” com a situação do MF em Portugal, que apresenta como “uma pequena semente que pode dar fruto”.

PTE/OC

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