A Missa de Páscoa que decorre este Domingo do Vaticano contou com uma mensagem de apoio e solidariedade ao Papa dirigida pelo Cardeal Angelo Sodano, Decano do Colégio Cardinalício.
“O povo de Deus está ao lado do Papa e não se deixa abalar por certas ‘especulações’ nem por provações que por vezes atingem a comunidade dos fiéis”, garantiu.
O antigo secretário de Estado do Vaticano referia-se, indirectamente, às várias polémicas envolvendo o nome de Bento XVI, a respeito de casos de abusos sexuais sobre menores por membros do clero.
O Cardeal Sodano disse a Bento XVI que os Cardeais estão “profundamente agradecidos pela força e a coragem apostólica com as quais anuncia o Evangelho de Cristo”.
“Admiramos o amor com o qual assume as alegrias, esperanças, tristezas e angústias dos homens de hoje, principalmente os pobres e os que sofrem”, afirmou D. Angelo Sodano, ao deixar os seus votos de boa Páscoa.
Neste contexto, o Decano dos Cardeais assegurou ao Papa “a solidariedade dos irmãos Bispos espalhados por todo o mundo, que guiam as três mil circunscrições eclesiásticas do planeta, dos quatrocentos mil sacerdotes que generosamente servem o povo de Deus em paróquias, oratórios, escolas, hospitais e missões nas regiões mais remotas do mundo”.
O Cardeal italiano recordou as palavras do Apóstolo Pedro citadas por Bento XVI na Missa da manhã de Quinta-feira Santa: “Ele, ultrajado, não retribuía com idêntico ultraje; ele, maltratado, não proferia ameaças, mas entregava-se àquele que julga com justiça”.
A celebração iniciou-se, como é tradição nos últimos anos, com a abertura dos painéis laterais do ícone do Santíssimo Salvador, ao canto de “Aleluia”.
Após a leitura do Evangelho, a habitual homilia deu espaço a um canto pascal da liturgia bizantina, que antigamente era cantado diante do Papa no dia de Páscoa, assinalando assim a celebração conjunta no Oriente e no Ocidente, que hoje acontece.
Na oração dos fiéis, em várias línguas, rezou-se em português para que “o Senhor nosso Deus nos ajude a difundir no mundo o alegre canto do Aleluia, nos ensine a cantá-lo com os lábios, mas sobretudo com o coração e com uma vida simples, humilde e fecunda”.