De Beethoven a Deus

Bento XVI confessou este Sábado a sua admiração pela Nona Sinfonia de Beethoven, criada “após anos de auto-isolamento e de vida retirada, com depressão e profunda amargura que ameaçavam sufocar a sua criatividade artística”. “O compositor, já totalmente surdo, surpreende o público com uma composição que rompe a forma tradicional da sinfonia e, na cooperação de orquestra, coro e solistas, se eleva com um extraordinário final de optimismo e de alegria”, referiu, no Vaticano, após um concerto oferecido em sua honra pela Orquestra Sinfónica e o Coro da Rádio da Baviera, terra natal do Papa. A partir desta obra-prima, Bento XVI explicou que “às vezes, precisamente através de períodos de vazio e de isolamento internos, Deus quer tornar-nos atentos e capazes de sentir a sua presença silenciosa não só por cima do firmamento, mas também no intimo da nossa alma”. “A solidão silenciosa tinha ensinado a Beethoven uma maneira nova de escutar que parece uma maneira nova de percepção, um dom a quem obtém de Deus a graça de uma libertação externa e interna”, prosseguiu. Segundo o Papa, para o grande compositor, afectado pelas doenças, “o sentimento irresistível de alegria transformado em música não é algo ligeiro e superficial: é um sentimento conquistado com fadiga, superando o vazio interior de quem fora impelido para o isolamento pela surdez”. (Com Rádio Vaticano)

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