Davos: Papa lembra «sofrimento de milhões» no início da cimeira dos líderes mundiais

«Mundo não pode continuar em silêncio» perante «dramas da pobreza ou da injustiça», frisa Francisco

Cidade do Vaticano, 23 jan 2018 (Ecclesia) – O Papa exortou os líderes políticos e financeiros reunidos hoje no Fórum Económico Mundial em Davos, na Suíça, a criarem condições para “a construção de sociedades mais inclusivas, justas e solidárias”.

Numa mensagem divulgada pelo serviço informativo da Santa Sé, Francisco salienta que “o mundo não pode continuar silencioso diante do sofrimento de milhões de pessoas feridas na sua dignidade, nem pode continuar a seguir em frente como se os dramas da pobreza ou da injustiça não existissem”.

O Papa argentino  alerta para as consequências sociais que resultam de um “estilo de vida egoísta” ou baseado na “opulência”.

Estigmas como o desemprego ou a pobreza crescente que criaram novas formas de “escravatura” e alargaram as “discrepâncias socioeconómicas” entre as pessoas, “em muitas regiões do mundo”.

Francisco incentiva os empreendedores internacionais presentes em Davos a contrariarem a atual cultura do “descartável” e da “indiferença”, colocando o seu potencial económico ao serviço da “criação” de alternativas para as pessoas, sejam elas na forma de “mais emprego” ou de “leis laborais mais justas”.

E frisa a necessidade de “lutar contra a corrupção, pública e privada”, e de “promover a justiça social”.

O 48.º Fórum Económico Mundial, que teve início esta terça-feira, reúne mais de 340 chefes de Estado e governos, entre os quais o presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, que deverá discursar esta sexta-feira.

A iniciativa, que serve como espaço de reflexão internacional virado para o futuro da sociedade, conta também com a participação de perto de 2 mil líderes do setor privado e 130 jovens empreendedores.

Em cima da mesa estarão sobretudo três temas: a desigualdade económica e social, as ameaças ao clima e os avanços científicos em matéria de inteligência artificial.

Na sua missiva, enviada ao cuidado do cardeal Peter Turkson, que está em Davos na qualidade de prefeito do Dicastério para o Desenvolvimento Humano Integral, o Papa Francisco destaca a importância de colocar a inteligência artificial, a robótica e a inovação tecnológica ao serviço da humanidade e da proteção do planeta.

“Em vez do contrário, como infelizmente algumas previsões deixam antever”, escreve ainda o Papa argentino.

JCP

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Agência ECCLESIA

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