Os sentidos da história pululam por tudo quanto são parcelas de ciência, filosofia e ideologia. Até parece a alguns que não fica espaço nenhum para o sentido da fé teológica cristã. Mas fica. Estamos a comemorar duas datas principais de Darwin(200 anos de nascimento e 150 do seu livro mais significativo) que vão ser inundadas de dados científicos embrulhados em ideologia triunfante de falta de sentido para tudo o que é a história da humanidade. No meio disto tudo há uma coincidência que faz pensar e que não se inscreve na ideologia evolucionista (reparem não digo evolução científica) do acaso e do sem sentido da história humana. Michael Shutzer-Weissmann ( Catholic Herald, 3 Out 2008) lembra a coincidência da obra de Charles Darwin On the Origin of the Species (1859). Um outro investigador da mesma área, Alfred Russel Wallace, autor de On the Tendency of Varieties to Depart Indefinitely From the Original Type, escreveu da Indonésia em Fevereiro de 1858 para persuadir Darwin a apresentar em conjunto um resumo das suas investigações. Desse acordo resultou o facto de os dois apresentarem as suas teorias no mesmo dia, 1 de Julho de 1858 na Linnean Society. O evolucionismo ideológico apresenta os dados científicos para tirar conclusões ideológicas em série que não tem ligação científica com esses dados nem com as intenções de Darwin. Como são, tudo é obra do acaso, logo, não há Deus, nem Ele criou nada; logo, tudo sucede sem sentido “recebido”; logo, o marxismo-leninismo ateu está justificado; logo, a vida do homem não tem sentido nenhum; logo as leis da natureza não têm inteligibilidade nem sentido nenhum por tudo ser jogo de probabilidades e acaso. Logo, não tem sentido falar de responsabilidade, ideais ou objectivos humanos. Apetece dizer se na natureza tudo fosse tecido sem cabeça e sem intelecto, se tudo proviesse de probabilidades ao acaso, estúpidos seriam os que as pretendem estudar e delas tirar conclusões científicas com lógica e com propósito. Ora 11 de Fevereiro de 1858 é precisamente o dia em que Nossa Senhora, a Imaculada Conceição, apareceu em Lurdes a primeira vez e o dia 16 de Julho de 1858, festa de Nossa Senhora do Carmo, a última, para declarar à Bernardette : eu sou a Imaculada Conceição. Se repararmos, a primeira aparição coincide com a carta de Wallace escrita em Fevereiro de 1858 da Indonésia, ou Malásia, segundo outros; e a última aparição coincide com o mês de Julho em que ambos autores apresentaram as suas teorias em Londres. Por isso Londres e Lurdes, poder-se-á pensar, ficaram dois centros a divulgar sentidos para a Humanidade desde 1858: um científico que se “conspurcou” de ideologias, e outro de sentido de fé cristã! Quatro anos antes Pio IX proclamava o dogma da Imaculada Conceição defendido pelo Povo de Deus há vários séculos. Bernadette tinha no bolso o rosário e ao pescoço a medalha pedida por Nossa Senhora a Catarina Labouré, em 1930, com a oração: Oh Maria concebida sem pecado, rogai por nós que recorremos a vós. Três dados históricos: a realidade de cerca de um bilião e meio de medalhas milagrosas distribuídas desde 1830; centenas de monumentos e igrejas dedicadas à Imaculada Conceição, Lurdes a crescer como grande centro mundial de peregrinações cristãs e dezenas de curas miraculosas certificadas cientificamente. Estas realidades não anulam a ciência autêntica mas dão sentido ao mundo, o sentido de Deus e de Jesus Cristo. Aqui fica esta coincidência com um sentido para quem quiser fazer a sua leitura de forma inteligente, como dado para o sentido de Deus e de sua Mãe para a Humanidade. E também para quem quiser orar tal coincidência. Fátima, 11 de Fevereiro de 2009 Aires Gameiro, OH