Mensagem de D. António Francisco dos Santos, Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios, para a Semana dos Seminários 1 – Com estas palavras do profeta Jeremias, Deus promete ao Seu Povo que jamais o deixará privado de pastores que o reunam e o guiem. Estas palavras ganham sentido novo e cumprem-se plenamente a partir do diálogo de Jesus Cristo com Simão Pedro: “Tu amas-Me?” / “Senhor, Tu sabes que Te amo.” / “Apascenta as Minhas ovelhas.” (Jo. 21,16) A vocação e a missão do sacerdote são sempre um mistério e um milagre de amor. Nascidos no coração divino e realizados no coração humano. A Semana dos Seminários, que agora iniciamos, quer ajudar-nos a agradecer o dom desta vocação e desta missão, deste mistério e deste milagre e a implorar de Deus, Senhor da Messe, que suscite e envie novos trabalhadores para Sua Messe. A Semana dos Seminários surge, assim, no início de cada ano lectivo e pastoral como “Pórtico” de um tempo novo, sempre acolhido pelos nossos Seminários como marco de renovada confiança na bondade inesgotável de Deus e sempre recebido com grande generosidade pelas Famílias e Paróquias que são hoje “verdadeiros lugares vocacionais”, como há dias nos lembrava o Fórum Nacional das Vocações. Esta Semana procura essencialmente voltar o nosso olhar e o nosso coração para os Seminários. Para lá converge a nossa oração. Ali se centra a nossa confiança eclesial. O amanhã da Igreja nasce também aí. 2 – Há dois meses atrás, reuniam-se em Fátima no V Simpósio do Clero mais de quatrocentos sacerdotes, cimentando, assim, no espaço interior de cada um de nós e no âmago da nossa vocação, a alegria da comunhão no mesmo ideal de seguir Jesus Cristo como Mestre e Pastor. Num ambiente de grande profundidade e de intensa alegria que o Simpósio a todos proporcionou, consolidamos a convicção de que é possível sermos um presbitério em comunhão. Os Seminários são, também neste contexto, verdadeira escola de comunhão, que educa para a comunhão e que convoca, reúne e congrega todos os membros dos nossos presbitérios. Cada Seminário Diocesano é no número dos seus seminaristas, na verdade e no entusiasmo que aí se vive, na abertura leal e fraterna testemunhada e na forma como se afirma no contexto da vida eclesial diocesana, espelho do presbitério que somos. Quem pode esquecer o valor dos exemplos, o sentido dos testemunhos e a importância dos paradigmas? 3 – A Semana dos Seminários é uma ocasião privilegiada de abertura dos Seminários à Comunidade: de presença criativa e plural do Seminário na Comunidade e de presença activa e generosa da Comunidade no Seminário. Urge sairmos da inércia, vencermos a rotina e rompermos com o desalento. Importa, isso sim, demorarmo-nos no diálogo de Jesus com Pedro, sentirmo-nos interlocutores deste diálogo e mensageiros deste imperativo, assumindo com alegria a coragem de chamar. Os percursos formativos e os projectos pastorais dos nossos Seminários devem passar obrigatoriamente por aí. Que esta Semana seja, assim, tempo de prolongada e intensa oração, sede e espaço de encontro com Deus, fonte de acrescida generosidade e de fecunda doação e manancial de graça e de bênção. 4 – Que Nossa Senhora, a confidente de tantos diálogos de Jesus, presença junto de todos os discípulos de Seu Filho, cuide com desvelo de Mãe de cada um dos nossos Seminários, dos seus seminaristas e formadores, dos seus funcionários e benfeitores. + António Francisco dos Santos Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios