Diversidade cultural, social e religiosa carateriza o agrupamento de escolas da freguesia mais pequena e com maior densidade populacional da Amadora, onde é professor de EMRC Luís Coelho
Damaia, 11 st 2023 (Ecclesia) – O professor Luís Coelho, subdiretor do Agrupamento de Escolas da Damaia, disse à Agência ECCLESIA que a função da escola na localidade é ensinar e também “criar pontes” entre os alunos e entre a “realidade social exterior”.
“Procuramos ser uma ponte em primeiro lugar entre os alunos, porque eles estão na escola, estão nas mesmas turmas, têm de aprender a conviver, apesar das suas diversidades”, afirmou o também professor de Educação Moral e Religiosa Católica.
O Agrupamento de Escolas da Damaia, EB2,3 Professor Pedro D’Orey da Cunha, acolhe mais de 20 nacionalidades diferentes numa escola onde os “pedidos de matrícula chegam todos os dias” e a direção assume o compromisso de a organizar tendo presente a diversidade cultural.
Luís Coelho sublinhou a necessidade de “criar pontes” tendo presente as “realidades fora da escola” e que se refletem na organização escolar, como por exemplo a recusa de alunos pertencerem à mesma turma porque, no país de origem, são de famílias distantes ou de regiões diferentes.
“Como temos uma realidade muito grande de nacionalidades, que às vezes já nas suas origens têm alguns problemas internos, quando chegam aqui não são ultrapassados”, lembrou.
A Damaia, na freguesia de Águas Livres, a mais pequena do Concelho da Amadora e com densidade populacional mais elevada, tem uma população oriunda de Trás-os-Montes e Alentejo muito envelhecida, dos países de expressão portuguesa e, mais recentemente, do sudoeste asiático.
“Temos de aprender a viver todos”, disse o professor Luís Coelho sobre a diversidade cultural, social e religiosa que habita a escola, por vezes o local onde adolescentes e jovens passam a maior parte do dia porque só se cruzam com os pais, com vários empregos, alguns minutos.
“A escola não serve apenas para ensinar, é muito mais do que isso. O que nos alegre e lança-nos um desafio enorme”, afirmou.
O subdiretor do Agrupamento de Escolas da Damaia disse que não há conflitos étnicos, raciais ou religiosos na escola, mas “brigas” por coisas quase “sem sentido” como namoros ou publicações nas redes sociais, valorizando o papel da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica, frequentada por alunos de várias confissões religiosas e marcada pelo “contacto com a diversidade”.
“Somos uma escola que tem muitas religiões. Temos um trabalho de diálogo de há muitos anos e que os vários professores que têm passado na escola da Damaia têm mantido”, sublinhou.
Para Luís Coelho, o Agrupamento de Escolas da Damaia, como outros, enfrenta o desafio da “estabilidade do corpo docente”, para que esteja “desperto” para a realidade social do ambiente escolar.
“Se tínhamos um corpo docente bastante estável, a realidade é que nos últimos anos, a movimentação de docentes e até a não existência de docentes é um problema cada vez mais presente e lança-nos o desafio de, com os professores que temos e os assistentes operacionais que temos, procurar mantê-los ativos para olharmos para escola não apenas como um sítio onde os alunos vêm aprender ‘coisas’.
A entrevista ao professor Luís Coelho foi emitida no programa Ecclesia na Antena 1, este sábado.
PR