Ontem na Sé do Funchal, D. Teodoro de Faria presidiu à Solenidade do Patrocínio de Nossa Senhora do Monte. Na homilia desta Eucaristia, o prelado funchalense referiu-se, entre outros temas, a diversos aspectos históricos da vida da Europa em que se notou a protecção divina através da intercessão da Virgem Maria. Recordando que foi no dia 9 de Outubro de 1803 que uma aluvião causou grande destruição na Madeira, levando a que o nosso povo implorosse a protecção de Nossa Senhora do Monte, D. Teodoro de Faria referiu que “Maria deu-nos uma protecção muito especial num momento de grande aflição. Para reflectirmos sobre o sofrimento temos primeiro que olhar para Deus, para que Ele nos purifique a vista, para que possamos compreender que todo esse sofrimento, muitas vezes, não vem da culpa humana mas da Natureza, através das aluviões, furacões, tsunamis, etc”. E acrescentou que “na Madeira, em 1803 sucedeu algo de terrificante que deixou uma marca muito forte na alma do nosso povo, quando a aluvião entre o Funchal e Machico, causou a morte de cerca 600 pessoas. Nunca houve calamidade tão grande na nossa terra. Mas onde estava Deus nessa ocasião? Ele desapareceu? Não Deus não desaparece. Deus fez o mundo muito bem feito e deu à Terra uma lei maravilhosa que não foi feita para nos aborrecer, mas para o nosso bem e que exige da inteligência humana o estudo, a cautela e a prevenção para que ele não se exponha a que a natureza se torne ocasião de dor e de desastres”. D. Teodoro de Faria sublinhou, depois que “Deus não fala à nossa maneira, mas através de muitos sinais os quais temos necessidade de compreender. Fala com outras letras, não com a nossa escrita e nem até com as nossas soluções mas com as que são dele”. Sublinhou ainda que “é necessária muita prudência para que se evitem grandes males” e que “temos de nos defender com tudo aquilo que a Ciência nos dá, mas temos de respeitar e salvaguardar a Natureza. Temos de salvar a Terra que está doente por causa da falta de prudência do homem”. Recordando uma frase de São Tomás de Aquino, aludindo a um filósofo da Antiga Grécia, que refere que “a prudência unida ao bem comum chama-se política”, D. Teodoro acentuou que “uma boa política de qualquer governo é o respeito pela Natureza, de modo a não permitir que se façam tantos erros, que depois se pagam caro.” Terminou realçando as qualidades de Nossa Senhora sempre pronta a ajudar aqueles que a Ela recorrem.