Média etária do clero algarvio é de 63 anos
O Bispo do Algarve escreveu uma Nota Pastoral sobre a Semana dos Seminários, que este ano decorre de 7 a 14 de Novembro, “um tempo marcado pela oração, pelo fortalecimento da nossa relação com o Seminário e pela incrementação da comum corresponsabilidade no despertar, chamar e acompanhar as vocações sacerdotais”.
“Queremos celebrar «este tempo» como uma oportunidade para crescermos no apreço pelo ministério ordenado, essencial para que a Igreja, através de todas as vocações e carismas com que o Espírito a enriquece, manifeste a sua unidade e fecundidade e realize com fidelidade a missão que Cristo lhe confiou”, escreve D. Manuel Quintas, que recorda que “o ministério ordenado, garantia permanente da presença sacramental de Cristo, é imprescindível na vida de uma comunidade cristã”.
O prelado considera assim que “o cuidado com o Seminário, enquanto viveiro de vocações sacerdotais, deve tornar-se dever e empenho de toda a Igreja diocesana, para garantir a formação dos futuros presbíteros e a constituição de comunidades eucarísticas como plena expressão da experiência cristã”.
Durante duas semanas, a todas as horas do dia, as paróquias algarvias vão ser percorridas por uma cadeia de oração pelas vocações, centrada na Adoração Eucarística.
O Bispo diocesano lembra que a realização do Lausperene surge porque a Igreja algarvia acredita que “a vocação ao sacerdócio é dom gratuito de Deus à Igreja”. “Exorto todos – famílias, padres, diáconos, consagrados, catequistas, movimentos… – a deter-se algum tempo na sua igreja paroquial, em adoração eucarística”, pede o Bispo algarvio, que se regozija com a “prática habitual da adoração eucarística mensal, ou mesmo semanal, ao longo do ano, em muitas paróquias com este mesmo objectivo”. “Registo, nomeadamente, o prosseguimento da iniciativa promovida para o Ano Sacerdotal, em algumas Paróquias citadinas, unidas num dia completo de adoração eucarística mensal e na disponibilidade permanente para a celebração do sacramento de reconciliação”, salienta igualmente.
“Quanto mais vivo for o amor pela Eucaristia no coração do povo cristão, tanto mais crescerá em todos o amor pelo sacerdócio e pelo Seminário, participando de modo mais corresponsável na pastoral das vocações e no apoio à formação dos nossos seminaristas”, prossegue.
D. Manuel Quintas frisa ainda que “o Seminário só poderá realizar plenamente a sua finalidade com o apoio de toda a Igreja diocesana manifestado pelo afecto, oração, comunhão e generosidade, traduzida, também pela ajuda material”.
“Não está a ser fácil a manutenção do edifício, ainda que realizada de modo faseado, desde há vários anos. Por outro lado, nem todos os nossos seminaristas podem assumir o encargo integral das despesas com a sua formação académica, em Évora e na Universidade Católica”, justifica.
Entretanto, um estudo recente realizado pela Diocese do Algarve sobre o seu clero, constituído por dois bispos, 64 padres (48 diocesanos, 16 religiosos e um greco-católico) e seis diáconos, no total de 73 membros, revela que a média etária do mesmo é de 63 anos.
Comparando por faixas etárias, a Diocese do Algarve tem nove padres diocesanos e dois religiosos dos 27 aos 39 anos; quatro padres diocesanos, um padre religioso e um padre greco-católico dos 40 aos 49 anos; cinco padres diocesanos, dois padres religiosos e três diáconos dos 50 aos 59 anos; um padre aposentado, 12 padres diocesanos, três padres religiosos, dois diáconos e um bispo dos 60 aos 69 anos; dois padres aposentados, sete padres diocesanos, oito padres religiosos, um diácono aposentado e um bispo emérito dos 70 aos 79 anos; seis padres aposentados, dois padres diocesanos e um padre religioso dos 80 aos 99 anos.
Dos sacerdotes algarvios, o mais novo é o padre Pedro Manuel com 27 anos e o de mais idade é o cónego monsenhor Sezinando Rosa com 99 anos, sendo mesmo o sacerdote diocesano mais idoso do país.
Samuel Mendonça