D. Manuel Clemente sobre a Diocese do Porto

Entrevista ao novo Bispo do Porto, que avança perspectivas para um ministério que inicia no próximo Domingo No dia 25 de Março, a Diocese do Porto acolhe o seu novo Bispo, nomeado pela Santa Sé com a data de 22 de Fevereiro deste ano. A entrada solene terá início às 16 horas deste Domingo, com uma solene celebração na Catedral. A tomada de posse oficial será realizada este sábado, dia 24, na Casa Episcopal, perante o Conselho ou Colégio de Consultores (constituído pelos membros do Cabido da Catedral). A partir desse acto oficial, D. Manuel Clemente é empossado como Bispo da Diocese. Em entrevista ao Programa 70×7, o novo Bispo do Porto avança perspectivas para o seu ministério. E – Que atenção à Cultura, na Diocese do Porto? DMC – O Porto sempre se distinguiu pela atenção à cultura e pelos dinamismos culturais. E devo mesmo dizer que, em termos de alterações na sociedade portuguesa e na relação da Igreja com a sociedade, o Porto teve um papel pioneiro, sobretudo na época que eu mais estudei quando tinha mais vagar para a História, que é o princípio da nossa contemporaneidade, o séc. XIX e o princípio do séc. XX. Os movimentos culturais do Porto, mesmo entre o laicado católico, foram verdadeiramente pioneiros, em termos portugueses. E nós hoje temos até uma implantação da Igreja na sociedade, nesse diálogo Igreja/Sociedade/Cultura, que é muito herdeira de realidades que tiveram no Porto um dos seus principais centros. E – Como pode o Bispo Diocesano conjugar prioridades entre uma variedade de actividades, diálogo institucional, dinamização pastoral? DMC – As nossas prioridades são as do ministério apostólico da Igreja. São três. A primeira tem a ver com o anúncio do Evangelho, a evangelização explícita e, às vezes implícita, o que eu farei com o outros senhores Bispos que estão no Porto, com todos os padres seculares e religiosos, com os diáconos e com os fiéis leigos que estão profundamente empenhados nas diversas missões de evangelização e de catequese. Depois a realização dessa mesma evangelização nos actos sacramentais, na liturgia e em tudo aquilo que a ela leva porque a celebração é grande lugar da proclamação e da realização da Palavra anunciada. Depois tudo isto se desdobra na acção sócio-caritativa, numa presença que continue e actualize, concretamente na Diocese do Porto, toda essa pujança caritativa que sai do comportamento de Jesus Cristo e que define os seus discípulos: é pela maneira como nos amarmos uns aos outros, isto vem no Evangelho, que seremos reconhecidos como discípulos de Jesus Cristo. É este conjunto de funções que definem o ministério apostólico. O Bispo está no centro de uma comunhão diocesana. Activa, promove e, de certa maneira unifica, tudo o que se faz nestas três realizações do Evangelho. E – Tem também funções institucionais de ser a imagem de uma Igreja local? DMC – Acaba por ser o rosto, porque está exactamente no centro. Mas eu gostaria que a Igreja do Porto continue a ter um rosto muito evangélico, mas muito diversificado em todos os seus componentes. É do rosto da Igreja do Porto, como de uma Igreja particular, o seu bispo como hão-de ser rosto todos aqueles e aquelas que dão isso mesmo: rosto ao Evangelho, na sua prática, na sua proclamação (do laicado à vida religiosa, à vida sacerdotal), por tudo isto tem de ser rosto de Cristo. É importante que numa Igreja particular, no caso nesta do Porto, tudo aquilo que os cristãos católicos façam a partir da sua fé seja uma presença muito visível, muito activa, muito sugestiva até deste Cristo ressuscitado que está presente no mundo através da sua Igreja. E – Há momentos em que o Bispo Diocesano tem de intervir? DMC – Com certeza. E tem uma intervenção específica. E – Também uma intervenção de carácter social, político e económico? DMC – Também. E que são dificilmente previsíveis. O Porto tem uma grande galeria de prelados ao longo dos séculos. Mas, para falar do último século, houve prelados que se distinguiram muito nessa sua atenção à sociedade, aos tempos que vivia e às dificuldades que se apresentavam. As duas figuras que são mais conhecidas são o Sr. D. António Barroso, nos tempos da Primeira República, e o Sr. D. António Ferreira Gomes, em tempos mais próximos de nós, nos anos 50 e 60 e depois nos anos 70, já a seguir à revolução, em que ele continua com uma presença muito activa, muito lúcida, muito esclarecedora. Mas, eu tenho a certeza que se lhes fossemos perguntar se previam um episcopado assim, eles talvez dissessem que não. Portanto, são as circunstâncias que levam a um determinado tipo de tomadas posição e que são, repito, dificilmente previsíveis. Mas desde que o Espírito actue – e isso está garantido – e que encontre bons receptores que tomem as posições devidas, as coisas acontecem. Em relação a isso, a única coisa que eu tenho de ter é propósito e disponibilidade. Mas não é menos importante, desta grande galeria de prelados portuenses, a actuação diária, fiel, muitas vezes sofrida e certamente persistente de muitos outros bispos que, no dia-a-dia, sustentaram a vida de uma Igreja na discrição, o que também está muito presente nas páginas do Evangelho. E – O bispo tem que criar sintonias, tem que criar proximidades com aqueles que quer servir, tem que ser um deles? DMC – Julgo que ele tem, sobretudo, que reconhecer as sintonias que o próprio Espírito de Jesus Cristo sustenta na Igreja. Numa perspectiva de fé, e até constatação na História da Igreja, do que foi acontecendo, nós reparamos que a maior oportunidade é aquela que lhe dá o Espírito de Jesus Cristo. Ou seja, a Igreja existe porque o Espírito de Jesus Cristo a cria e recria e sustenta ao longo das gerações e dos séculos, mantendo sempre viva e disponível essa proposta evangélica. Por isso eu acredito que na Igreja do Porto, como em todas as igrejas particulares, o Espírito de Jesus Cristo suscita constantemente – às vezes onde menos se detecta à primeira vista e dificilmente chega à comunicação social – mas vai suscitando iniciativas, disponibilidades, aquilo a que nós chamamos carismas, graças específicas para a construção da Igreja. O papel do Bispo é estar muito atento a tudo aquilo que o Espírito vai suscitando, e não digo trazendo para a ribalta, mas aproveitando, integrando, chamando. Por isso o seu papel, mais do que ser uma posição de topo, é uma posição de centro (em termos evangélicos uma posição de serviço, como Jesus se apresenta quando lava os pés aos discípulos). O que requer é uma atenção constante ao à acção do Espírito, porque essa é a sua maior oportunidade. Ou seja: eu sei que hoje e em todos os dias em que eu estiver no Porto, o Espírito de Jesus Cristo suscitará em muito homem e muita mulher cristã desta Diocese disponibilidades, intenções, vontades, iniciativas que são fecundação do Espírito para que a Igreja no Porto realize a sua obra, que é a apresentação hoje do Evangelho de sempre. E – Até que ponto é necessário entranhar-se na cultura do Porto, ser portista – não em termos desportivos – estar atento à realidade do Porto? DMC – Sem dúvida, eu falei da realidade que o Espírito cria. Mas essa realidade é uma realidade de criação e portanto existe com dinamismos de sociedade, culturas e mentalidades próprias em cada parte da terra, com as suas riquezas específicas. Por isso a disponibilidade tem que ser muito grande para conhecer, para ouvir. A acção do Bispo não é uma acção solitária, é acção no centro de uma igreja. Tudo o que sejam dinamismos de participação, de partilha, de convivência, de cultura e de debate é prioritário. Aqui não pode haver, como nalgumas corridas de bicicleta, umas fugas do pelotão, porque o bispo vai no centro do pelotão. E às vezes até tem que ir atrás, como se dizia antes, no coço da procissão, empurrando. Outras vezes terá de ir à frente. Mas isso o Espírito é que suscitará e lembrará. E – Falemos da realidade eclesial e social do Porto. Que imagem conserva dela? DMC – Uma realidade muito diversificada e complexa. Tem uma grande concentração urbana, no Porto e nas cidades vizinhas, mas tem depois uma grande zona meia urbana ou ainda com muitas características de ruralidade, porque o Porto vem lá das “fraldas” do Marão até ao mar. Tudo isso é muito diversificado, embora seja muito unificado em termos contemporâneos, porque as vias de comunicação – quer físicas ou de outro género, como é a informática que nos põe em qualquer lado em qualquer momento – faz com que as antigas realidades estanques hoje sejam muito unificadas. Pode-se viver numa zona rural e ter muitos traços de mentalidade típica urbana e cosmopolita. E isso também acontece numa diocese como o Porto. Mas, como disse há um mês quando saudei a Diocese, tenho que conhecer, tenho que ver, tenho que ouvir. Esta diversificação pode ser uma diversificação positiva. Eu venho de uma Diocese, como é o Patriarcado de Lisboa, onde há uma zona urbana muito grande, uma zona semi-urbana e uma zona dita rural com cerca de 100 quilómetros de extensão para Norte. E isto mostra-se positivo. Não só para o clero e outros ministros pastorais que preferem e até lhes faz bem variar de um tipo para outro tipo de zona. Quer porque esta variedade cultural enriquece o conjunto, desde que seja aproximada. Portanto, isto pode ser uma vantagem. E – No caso do Porto há distinções claras entre a zona Sul e a zona Norte? DMC – Vamos vendo, sobre isso não posso dizer mais… Calculo que sim, que existam. Realmente parecem-me zonas distintas, mas vamos lá ver até onde pode ir a sua complementaridade. E – Durante algum tempo chegou mesmo a falar-se em constituir aí duas outras dioceses? DMC – É um tema que de vez em quando vem ao de cima. A história das dioceses, das igrejas particulares, ao longo dos séculos variou muito. Nós temos tradições de dioceses muito pequenas, mais pequenas até do que paróquias urbanas em número de habitantes. E temos outras tradições, de grandes dioceses, até muito maiores do que as de Portugal, onde se consegue uma certa complementaridade, distribuindo serviços, mantendo uma certa centralidade na administração diocesana a par com uma certa localização e regionalização na escala de serviços. Ainda há tempos falava com os responsáveis da Diocese de Paris (nos anos 70 a Diocese de Paris foi subdividida numa série de dioceses) e hoje o juízo não é unívoco: há quem ache que sim, que foi um benefício e há quem ponha dúvidas sobre a dificuldade em servir uma população que, apesar de tudo, acaba por ser pluri-diocesana, porque está constantemente a mover-se entre duas ou três dioceses e isso também traz dificuldade a uma certa unidade de conjunto do trabalho (embora estivesse previsto na altura que houvesse uma complementaridade entre essas dioceses que parece não se ter realizado tanto). Nos dois modelos há potencialidade. Vamos a ver! E – Será pertinente pensar numa diocese da Feira ou de Penafiel? DMC – Nos dois modelos de uma grande diocese, com zonas distintas e com complementaridade de trabalho ou várias dioceses pequenas, isso é um debate que está hoje em aberto na Igreja, no que é melhor para a realização local da Igreja. Vou ver, vou conhecer, vou ouvir… vou servir! E – É uma diocese onde o movimento ecuménico já fez história. A continuar? DMC – E mais uma vez uma história bastante pioneira em Portugal. A difícil história das relações ecuménicas em Portugal também teve no Porto etapas muito importantes e muito determinantes. A nossa própria credibilidade como testemunhas do Evangelho tem alguma dependência da maneira como nós entendemos os cristãos. E sabemos mesmo que o movimento ecuménico tem nas suas raízes estes contrastes que depois dificultavam a missão, sobretudo a missão ad gentes. Daí que seja uma prioridade. Ele decorre a vários níveis: o da oração, uma oração empenhada. Estar mesmo disponível para construir ou reconstruir aquela unidade que Espírito deseja para a Igreja e que nós não sabemos muito bem qual seja nos seus contornos. O movimento ecuménico arrancou com força nosso final do séc. XIX, mas quando chegou aos anos 30 do séc. XX começou a ter algumas dificuldades sobre os passos a dar em seguida. E não só entre nós católicos e os nossos outros irmãos cristãos não-católicos, mas mesmo entre aqueles que se agregavam no Conselho Mundial das Igrejas: a partir de certa altura começou a ser difícil divisar bem o que seria o futuro do Movimento Ecuménico. Abriu-se, então, esta fase chamada do Ecumenismo espiritual, em que nós estamos, que requer da nossa parte uma disponibilidade grande e de convicção para construir ou reconstruir aquela unidade que só o Espírito de Cristo nos encaminhará para tal. Depois há o empenho em causas comuns e que são evangelicamente potenciadas. E o Evangelho é a herança de nós todos – católicos, protestantes, ortodoxos, todos os cristãos – , ou seja o serviço das pessoas. E aí, com certeza que nos havemos de entender. E tenho a certeza de que se nós nos entendermos nesta disponibilidade orante e neste serviço concreto à sociedade em causas comuns que são evangelicamente potenciadas e determinadas, também nos encontraremos no resto. E – Como resolver questões como a do envelhecimento do clero na Diocese? DMC – É um problema não só do clero, mas da sociedade em geral. Nós hoje temos um problema de rejuvenescimento das lideranças, em qualquer um dos sectores. Temos dificuldade porque a população juvenil e as novas gerações são escassas em relação às gerações mais idosas. E – Será um princípio entregar lideranças a jovens? DMC – Temos que ir vendo… E há outra coisa que está acontecendo: não só prolongando o serviço das gerações mais envelhecidas, aproveitando o que elas trazem de sabedoria acumulada (e isso só a vida dá), mas também as escolhas vocacionais mais tarde. E nós temos reparado que, em várias dioceses, muito do dito recrutamento vocacional que era feito em idades quase infantis, começa a ser feito em idades mais adultas ou de jovens adultos, quer da universidade quer provindo da vida profissional. Reporto-me mais uma vez ao contacto que tive com a Diocese de Paris. E Paris é um caso de Pastoral Vocacional bem conseguida, em França, com dezenas de seminaristas maiores (que naquela altura andavam pelos 70) e praticamente vocações adultas, vindos da universidade ou do meio profissional e a partir descobertas do cristianismo, não redescobertas porque não o ganharam em casa. Em França a laicização da sociedade a partir dos anos 60 foi muito mais forte do que em Portugal e isso fez – sempre dizendo o que lá ouvi – que não se desse essa passagem da tradição cristã para os filhos. E depois famílias com um filho ou filha dificilmente conseguem um bom ambiente quando aparece uma vocação quer para a vida sacerdotal quer para a vida religiosa. A problemática é mais lata do que simplesmente quantitativa. E – A responsabilização crescente dos leigos é inevitável? DMC – É fundamental. Aliás faz parte da motivação geral em termos de cidadania. As pessoas não podem ser motivadas para a participação em termos de cidadania, na vida social, política e cultural, e depois serem menorizadas no âmbito eclesial. Porque as pessoas são um todo. Aliás, há áreas específicas em que o laicado não é supletivo da missão do clero, mas tem um papel próprio e específico, como baptizados. A nossa condição fundamental é de baptizados e confirmados, para sermos testemunhas de Jesus Cristo na sociedade, independentemente da especificação em termos de sacramento de matrimónio, de sacramento da ordem ou de consagração religiosa. E esse é um trabalho comum de baptizados na sociedade. E, repito, há missões que são específicas dos leigos. E eu tenho-as percebidos, até pela meu itinerário pessoal. Como já cheguei ao sacerdócio depois da vida universitária, lembro-me muito bem que, na minha juventude, quando punha a hipótese vocacional, me sentir não digo dividido, mas um tanto perplexo entre um caminho eclesial como padre ou de continuar no sentido laical, com um tipo de actividades no campo cultural, social e até político (autárquico, no caso) que me seduziram. Depois optei por esta, de serviço mais interno na Igreja, mas com muita projecção externa. Por isso eu sei, até por experiência própria, distinguir entre aquilo que é específico de um carisma laical e que tem necessariamente de ser valorizado, porque há trabalhos, há presenças – no âmbito da família, da sociedade, da política, da cultura, da profissão, do mundo empresarial – que é um trabalho especificamente laical e ao serviço do qual nós, ministros ordenados, estamos para os sustentar dentro desta grande tradição eclesial da Palavra e dos sacramentos. Mas é um trabalho especificamente da grandíssima maioria da Igreja que são os seus leigos. E – Qual a importância de ter um centro da Universidade Católica na Diocese? DMC – É uma importância e é uma grande responsabilidade. Porque a Universidade Católica não resume a presença católica na universidade (que é a presença dos católicos e católicas que lá estão que, com o seu empenhamento e o seu profissionalismo, trazem também, explicita ou implicitamente, a luz evangélica ao mundo dos saberes). A Universidade Católica, no conjunto do meio universitário e da cultura é um alfobre e quase um laboratório de presença católica no campo do pensamento e da cultura. E por isso tem que ter não só uma grande competência naquilo que faz, mas também uma grande abertura e uma grande presença no mundo universitário em geral. E – Continuará a ela ligado? DMC – Como disse a um dos responsáveis da Universidade Católica do Porto, eu sou da casa! Estou na universidade católica há 30 e tal anos… Não será como quando era um professor “praticante” e activo, mas na atenção e no acompanhamento é com certeza uma prioridade. E – Que atenção aos meios de comunicação social, também pelas responsabilidades que tem na Comissão Episcopal que preside? DMC – Sendo a principal missão do Bispo a Evangelização, isso hoje significa comunicação. Aliás, a minha presença persistente nos meios de comunicação social, quer no Programa Ecclesia há quase 10 anos, quer na Rádio Renascença aos Domingos de manhã falando com tanta gente do país – e digo falando por causa do retorno que muitas dessas conversas têm, e muitos diocesanos do Porto que me têm pedido que não acabe com estas manhãs na Renascença… E – E não vão acabar? DMC – Vamos ver… E – No Programa Ecclesia já estamos certos que não acabam… DMC – Exactamente… – porque são muito específicas do primeiro dever do Bispo que é ser evangelizador (aliás compartilhando nisso a função com todos os outros bispos do Colégio em que estou integrado, concretamente a Conferência Episcopal Portuguesa). Hoje em dia evangelização é comunicação social porque nos potencia a chegada a todo o lado e a muita gente que não vai às nossas igrejas, mas ouve e que de alguma maneira também começa a ser Igreja, pelo menos a interessar-se por ela. E – O caso D. António Ferreira Gomes dividiu a Diocese do Porto? DMC – É um caso que tem meio século e eu nessa altura não estava na Diocese, era um jovem católico militante… E – Mas estudou-o! DMC – Claro que estudei e é um caso digníssimo de desassombro episcopal no exercício do ministério, numa função claramente profética na sociedade portuguesa, na leitura dos sinais dos tempos (que logo a seguir o Concílio definiria como própria da actividade da Igreja e dos seus ministros). É um caso que, da minha parte, requer uma grande homenagem e um grande reconhecimento. As suas repercussões na Diocese do Porto, eu sobre essa não posso falar circunstanciadamente. Mas eu julgo que o clero do Porto, no seu conjunto, acabou por ultrapassar alguma distinção que existisse na altura e hoje é sobretudo um clero empenhado em continuar a melhor herança dos seus antecessores no sentido do serviço da sociedade e da Igreja, claro está. E – Não existirão ainda sequelas…? DMC – Admito que possam existir, mas julgo que não são determinantes no conjunto da Diocese e do presbitério Porto. E – Com que atitudes inicia o trabalho episcopal na Diocese do Porto? DMC – Com total disponibilidade. Algo que a vida vai ensinando (e eu gosto muito de aprender). A vida não é qualquer coisa de programado ou de planeado por cada um de nós, nem deve sê-lo! Deve requerer da nossa parte uma grande disponibilidade para o seu acontecer. Sobretudo quando nós somos crentes e acreditamos que Deus é o grande autor da História e o seu Espírito é que vai trabalhando. Agora põe-me nestas circunstâncias… Ele dirá! Entrevista a emitir no programa 70×7 da RTP2, no dia 25 de Março, Domingo. Momentos da entrevista

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