Lisboa, 04 Jan (Ecclesia) – O presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, D. Jorge Ortiga, considerou “legítima” a decisão dos sindicatos de avançar com providências cautelares para travar os cortes de ordenado previstos no Orçamento de Estado para 2011.
“A providência cautelar é uma maneira legítima para defender os direitos de tantos portugueses que poderão ter constrangimentos maiores do que os necessários”, considerou o arcebispo de Braga, em declarações à RR.
A Frente Comum vai entregar, até Quarta-feira, providências cautelares referentes às várias profissões da função pública, com vista a suspender os cortes salariais decididos pelo Governo.
D. Jorge Ortiga admite que esta “é uma hora em que é solicitado um sacrifício a todos os portugueses”, não compreendendo, por isso, “excepções” às medidas de austeridade.
O prelado considera que é preciso um novo modelo económico: “Teremos de descobrir um outro modelo, que terá de estar alicerçado na comunhão, na fraternidade e na partilha”.
“Enquanto não formos capazes de o fazer, enquanto chorarmos por um esquema que já está ultrapassado, não nos iremos integrar nem iremos responder aos problemas que nos são colocados diariamente”, prossegue.
O presidente da Conferência Episcopal manifestou a sua solidariedade para com todos os que são mais afectados por esta crise, apelando a que “não se resignem”, mas também que procurem um “estilo de vida diferente”.
RR/OC