Na homilia da Missa Crismal do Ordinariato Castrense, celebrada esta manhã na Igreja da Memória, D. Januário Torgal Ferreira lamentou que se coloque em causa a acção da Capelania Militar e Policial. “Um capelão de militares e de agentes policiais é um padre que anuncia e vive a Boa Nova de que a morte foi transfigurada pela Páscoa”, referiu. “A rendição é prova de que se não acredita em valores. Defendemos o progresso e sentimo-nos em casa com os avanços do saber. Tudo o que é humano constitui nossa pátria. Mas também o que levamos nas nossas mãos, não são ilusões. Sobretudo, não é nosso o que pomos à disposição de quem o deseja. Parece-me pão, mas é o Corpo de Jesus Cristo. Parecem receitas mas são fontes de justiça”, prosseguiu. O prelado evocou os ausentes no Afeganistão, Líbano e Kosovo e “o Padre Joaquim Martins, ao serviço da GNR, a caminho de Timor-Leste”. O Bispo das Forças Armadas relembrou que no decurso deste ano “houve momentos penosos de enfermidades, que ainda não foram totalmente superadas e situações humanas que foram e são motivo de pôr à experiência a nossa sensibilidade e o exemplo fraterno”. As figuras do pobre, dos cativos e dos oprimidos, nas leituras da eucaristia “representam protagonistas e questões do nosso quotidiano”. Transformar a sua indignidade, converter a sua marginalização, verbalizar a sua entidade menor, “não são terrenos indevidos, mas a face renovada de Jesus Cristo”. “O mundo sem comunhão é uma empresa em falência”, indica D. Januário Torgal Ferreira. As gerações de toda a idade “são vitimas de quem julga construir um novo tempo, desrespeitando o suor, o pão de tantas famílias, a instabilidade social”. A missão sacerdotal tem o cargo de zelar. “Ao invés de passar ao largo, a decisão de um padre é tornar-se próximo. Em contraste com desculpas, um servo de Jesus Cristo assume as dificuldades próprias e reconverte a ineficácia do agir”, aponta. “As atitudes perante a cultura contemporânea não solicita apenas os padres mas a pertinácia de todo e qualquer ministério, convidando, antes de mais, à meditação e ao estudo, e em todo o tempo e lugar, à fidelidade a convicções, nunca fechando os olhos nem os ouvidos a criticas honestas”. Tudo o que é humano constitui “a nossa pátria”, finaliza. Notícias relacionadas Sacerdotes entre militares e agentes policiais