D. Hélder Câmara, o Santo Rebelde

Alguns cinemas do Brasil estão a exibir o documentário “D. Hélder Câmara, o Santo Rebelde”, da mineira Érica Bauer. Produzido há quatro anos e premiado em diversos festivais, o documentário que reconstitui a história e a grandeza do Bispo D. Hélder Câmara foi resgatado pelo Cinema de Arte, como recordação, no último dia 27, dos nove anos de morte do prelado. Nascido em 7 de Fevereiro de 1909, Hélder Câmara foi o décimo primeiro de 13 irmãos, dos quais apenas oito sobreviveram a uma epidemia de gripe que assolara Fortaleza quatro anos antes. Filho da união entre João Câmara Filho, guarda-livros de uma empresa comercial, e dona Adelaide Pessoa Câmara, professora primária, veio predestinado a ser um religioso e se tornar uma das personalidades mais queridas, estimadas e respeitadas não apenas do Brasil, mas do mundo. Irrequieto e combativo, idealizador e revolucionário, o padre Hélder Câmara promoveu a sua história lutando por uma igreja mais próxima ao povo e a favor dos excluídos. Em 1931, juntamente com dois amigos, criou a Legião Cearense do Trabalho e, dois anos depois, a Sindicalização Operária Feminina Católica, na qual reuniu lavadeiras, passadeiras e empregadas domésticas. Trabalhando como educador, D. Hélder tornou-se, na época, uma espécie de Secretário da Educação, contribuindo para a reforma do método de ensino e o desenvolvimento da educação pública. O navio Afonso Pena o levou ao Rio de Janeiro, onde iniciaria uma nova fase. Assumiu a função de Director Técnico do Ensino da Religião, lutou pela fundação da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil-CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano. Foi eleito Bispo em 20 de Abril de 1952. No processo de mudança do País para o melhor, o social sempre esteve na obstinação de Dom Hélder. Nas décadas de 50, funda a Cruzada de São Sebastião, destinada ao atendimento de favelados, e o Banco da Providência, de actuação exclusiva entre os considerados na linha da miséria. Aos 90 anos, em 27 de Agosto de 1999, morre Dom Hélder. Saía de cena e entrava na história o homem que, em vida, recebeu o título de Cidadão Honorário de duas cidades do mundo, São Nicolau, na Suíça, e Rocamadour, na França, e de 28 cidades brasileiras.

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