Bispo auxiliar de Lisboa presidiu à peregrinação internacional aniversária de Setembro, no Santuário de Fátima
D. Carlos Azevedo pediu “consciência política” para, com “determinação”, os portugueses se baterem por “um Portugal e um mundo orientados por ideais dignos e nobres, mobilizadores da responsabilidade de todos, na alegria de unir vontades para ser mais belo viver”.
O bispo auxiliar de Lisboa presidiu à peregrinação internacional aniversária de Setembro, no Santuário de Fátima, que contou, no dia 13, com cerca de 90 mil fiéis. O tema da celebração da quinta aparição de Nossa Senhora em Fátima foi «O pudor protege o mistério da pessoa e do seu amor».
Aos presentes D. Carlos alertou para os “projectos políticos” que apenas “ratificam a decadência humana” e “contribuem para tornar a vida feia e confundir as mentes”, em lugar de “dignificar a qualidade de vida e elevar o nível das relações e dos vínculos entre as pessoas”.
No Santuário de Fátima, ao contemplar Maria “estamos a purificar o nosso olhar”, indicou o bispo. “Como modelo inspirador e esperança consoladora, na beleza que nela resplandece, lavamos as seduções que nos arrastam e prendem, as atracções que nos desviam da fidelidade, as tentações que conduzem à perda da bela harmonia do corpo”.
“Os nossos olhos são ofendidos por imagens enganadoras de caducos e ilusórios impulsos. Precisamos de restaurar, nas nossas mentes e nos costumes à nossa volta, a experiência feliz do que é verdadeiramente belo. A Senhora de Fátima irradia para nós atitudes puras, grandes, fortes”.
Já na noite do dia 12, durante a homilia da celebração eucarística, D. Carlos advertia para o facto de “os condicionamentos da condição humana, para além dos culturais, político-económicos” serem “muitas vezes adversos à perspectiva de Deus e dos seus enviados”. Aos “seguidores de Deus” não lhes é “retirado o sofrimento”, considerou. Mas “pela cruz”, é-lhes indicado um “sinal de identidade de vida interior”, sem “promessas vagas de felicidade, antes apontando o caminho da cruz”.
“Não é por gosto que defendemos perspectivas diferentes para encarar o sofrimento e a doença, os males da vida e a morte. Não é por gosto de sofrer. Não é por tradição ultrapassada que não sabe ser moderna e actualizada. É por fidelidade à verdade da pessoa humana. Não podemos desviar o rosto dos que nos insultam ou cospem nos nossos princípios”.
O Bispo auxiliar de Lisboa lembrou o exemplo de Maria como interpelador para participar na entrega “por um Portugal mais livre e justo” e na “construção de um mundo novo”.
Na peregrinação internacional aniversária de Setembro estiveram representados 15 países e 73 grupos de peregrinos, os maiores oriundos de Portugal, Itália e Alemanha.
A Eucaristia do dia 13 foi presidida por D. Carlos Azevedo. Com o bispo auxiliar concelebraram 112 sacerdotes, D. António Marto, da diocese de Leiria-Fátima, D. Canísio Klaus, da diocese brasileira de Diamantino e D. Gentil Delazari, da diocese brasileira de Sinop.