Responsável máximo da Pastoral Social da Igreja Católica traça retrato sombrio do país e salienta dedicação de quem trabalha pelos mais necessitados
O presidente da Comissão Episcopal de Pastoral Social, D. Carlos Azevedo, pediu esta Quinta-feira a Bento XVI que pronuncie uma “palavra profética” para responder ao “domínio de gente sem uma rota espiritual”.
Na saudação que dirigiu ao Papa no início do encontro com membros de organizações de apoio social que decorreu em Fátima, o prelado disse que o país vive uma “hora carregada de apreensões”, marcada pela “pobreza inumana” e pelo “desemprego crescente”.
O bispo auxiliar de Lisboa sublinhou que gostaria de ouvir de Bento XVI um estímulo que expulse o “fatalismo que acomoda” e que incentive “uma compaixão que dignifica”, uma ternura que cuida”, “uma escuta que valoriza” e “uma esperança que acompanha”.
D. Carlos Azevedo recordou que a sessão, realizada na igreja da Santíssima Trindade, contou com a participação de pessoas “movidas por diversas fontes espirituais”, que estão ao serviço “dos feridos, doentes, presos, migrantes e abandonados” e “lutam pela defesa dos direitos humanos, pela paz” e “pela salvaguarda da criação”.
Para o responsável máximo da Pastoral Social, a acção de muitos dos presentes na assembleia deve-se ao facto de terem consciência das implicações do seu baptismo e da dimensão do serviço que faz parte da Igreja Católica.
O presidente da Comissão Episcopal afirmou ainda que os membros dos organismos que apoiam os mais necessitados “desejam cada vez mais abrir-se a caminhos inovadores” e querem renovar a sua “liberdade interior”, para serem “felizes na austeridade que os tempos exigem”.