D. António Couto lança livro sobre a Bíblia

Palavra frágil que compromete e cria relação preside a colectânea de ensaios bíblicos do Bispo Auxiliar de Braga “Se utilizássemos mais vezes a terapia da Palavra íamos menos ao psicólogo”, afirma D. António Couto, Bispo auxiliar de Braga referindo-se ao seu último livro, «Uma palavra é melhor que um presente», lançado esta Quarta-feira, dia 28. Uma colectânea de estudos bíblicos que tem “a Palavra a presidir ao longo de nove ensaios”. O bispo auxiliar de Braga afirma que todo o livro procura predispor para a “escuta da palavra e também para a forma correcta de a dizer”. “Anunciada, relatada, dita ou rezada a palavra é frágil”, explica D. António Couto. Frágil enquanto humana e porque “quando falo com uma pessoa não lhe posso impor as minhas ideias, nem nunca essa posição é tomada na Bíblia. A Palavra liberta. Quando digo uma palavra, esta é um pedido ao outro para que dialogue comigo. A palavra cria ligações. Enquanto pedido, a palavra é sempre frágil”, sublinha, contrastando com a palavra dos ditadores, “uniforme, como uma ordem que tiraniza”. A condição libertadora é essencial, pois a palavra pode muitas vezes curar”. Ao longo de nove capítulos o leitor é convidado a um caminho. O primeiro capítulo apresenta um estudo sobre salmos. O segundo incide sobre a lectio divina, “numa reflexão sobre a palavra rezada”. O terceiro capítulo debruça-se sobre a graça. O quarto apresenta uma reflexão sobre a sabedoria, “como palavra pequena mas saborosa”. O quinto capítulo apresenta cenários de pedagogia evangélica, onde a palavra é protagonista. O sexto apresenta o “relato e anúncio sobre o mistério pascal”. O sétimo reflecte sobre a Bíblia e a luta contra a idolatria, “de certo modo é a palavra falsificada e que nos tiraniza”. O oitavo capítulo apresenta “o caminho da cura verdadeira, ou seja, mostra que a palavra dialogada nos leva à cura verdadeira”. O último capítulo “e mais extenso” incide sobre São Paulo. “Paulo modelo de evangelizador, trazendo o apóstolo para os tempos actuais”. O titulo da obra, retirado do livro do Eclesiástico, centra a importância que a Palavra tem nos nossos dias. “Estamos no seu tempo, biblicamente falando, mas também a nível eclesial, sem esquecer o Ano Paulino”. A obra lançada hoje forma um díptico com o livro «Como uma dádiva». “Este último livro fala ainda de dádiva, mas vai além disso. «A Palavra é melhor do que um presente» diz que a palavra frágil que corre entre as pessoas é o melhor que se pode dar”. Este é um livro bíblico mas que convoca também a literatura, a filosofia e outras áreas do saber. Tal como a palavra que pode ser dita a qualquer pessoa, o livro também não tem um leitor específico. “A palavra, qualquer que seja, é dita para correr de mão em mão e de boca em boca”. Este conjunto de palavras propõem “uma escuta sobre a palavra de Deus, a dizer a palavra de Deus mas também a comunicar uns com os outros de forma saudável”. Esta última edição não vai ainda fechar o ciclo de D. António Couto. “Haverá um tríptico, pois tenho ainda muitos fios soltos”, adianta.

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