“Dia da unidade da Região e dia do compromisso a favor do seu crescimento harmónico e integral”: foram estas as palavras iniciais da homilia D. António Carrilho, ao presidir ontem, pela primeira vez, à Missa de Acção de Graças do Dia da Região Autónoma da Madeira e das Comunidades Madeirenses. “Este dia bem pode considerar-se o dia da unidade da Região, o dia de todo o povo madeirense e portossantense, num grande abraço que une o presente ao passado e associa os residentes a todos quantos vivem fora, em tantas comunidades espalhadas pelo mundo. Um dia que compromete inteligências e vontades na construção de um futuro sempre mais próspero em desenvolvimento humano, económico, social, cultural e de coesão regional”, sublinhou. Tendo em conta as leituras deste Domingo, cujo conteúdo se destina também aos não crentes que “se regem por princípios e valores do humanismo cristão”, o bispo do Funchal salientou ainda que “a verdadeira liberdade é ditada pelo amor”. “Não abuseis da liberdade mas, pela caridade, colocai-vos ao serviço dos outros; se vos devoreis mutuamente, tendo cuidado porque acabeis por vos destruir uns aos outros”, alertou S. Paulo aos Gálatas. No Evangelho, também Jesus ensina que “a conversão passará sempre por caminhos de liberdade.” Nesta conformidade, “saibamos, pois, acolher os apelos que nos chegam da realidade concreta da vida nesta Região e diocese”. D. António Carrilho reafirmou por outro lado aquelas que são as suas preocupações desde que chegou à Madeira, baseadas no método “ver e ouvir, auscultando a realidade com pessoas de diversas instâncias e níveis sociais, dando uma especial atenção às informações dos sacerdotes nas reuniões dos arciprestados e em conversas pessoais. Não podendo fazer ainda um juízo de valor seguro sobre a realidade da região nas suas principais carências e necessidades”, destacam-se “desde já alguns elementos que me levam a propor a todos os diocesanos um empenhamento generoso e sem preconceitos em três perspectivas fundamentais: apostar na educação para os valores, promover a coesão e a unidade da região, servir o bem comum, com particular atenção aos mais pobres e carenciados.” Para a concretização de esforços comuns, ao serviço da coesão e do desenvolvimento, D. António considera que, “sem minimizar esforços e valores já percorridos, a minha proposta vai no sentido de irmos mais além, de fazermos sempre mais e melhor”; “evitando divisões e a mútua destruição”. Esta, aliás, “deve ser, sem dúvida, preocupação e empenho de quantos têm responsabilidades na vida pública, tanto nas instituições civis como nas religiosas, contribuir para a união entre pessoas e grupos. São, pois, de louvar todos os esforços de diálogo e entendimento nas relações pessoais e institucionais, ainda que para isso se devam implementar caminhos de reconciliação (…). Nestes caminhos de coesão e unidade todos somos importantes e necessários . Como bispo, não posso deixar de promover a comunhão, fazer Igreja e cooperar para um entendimento e paz social, no respeito pelos valores humanos e cristãos”, acentuou D. António Carrilho.