Lisboa, 20 dez 2011 (Ecclesia) – O comentador Henrique Raposo e o humorista Ricardo Araújo Pereira falaram ao Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) sobre a importância da Bíblia no diálogo entre crentes e não crentes em volta da fé cristã.
Os entrevistados estiveram presentes esta sexta-feira na apresentação do livro ‘Pai-nosso que estais na terra’, do padre José Tolentino Mendonça, diretor do SNPC, que decorreu em Lisboa.
Ricardo Araújo Pereira, que se apresentou na sua “qualidade de ateu”, a Bíblia não lhe interessa “enquanto livro religioso” mas como “pedra fundamental” da cultura ocidental, motivo que o leva até às obras de Tolentino Mendonça, como ‘A leitura infinita’.
“A nossa tradição não é olhar para a Bíblia como um livro humorístico de todo nem sequer que tenha grandes grandes momentos de humor”, refere, por outro lado.
Já Henrique Raposo assinalou que se houver “honestidade intelectual” é possível a quem não tem fé encontrar “pontos em comum” com “um homem da fé”, expressando também admiração pelo pensamento de D. Manuel Clemente, bispo do Porto.
Raposo e Ricardo Araújo Pereira participaram em 2010 no ciclo de conversas ‘Deus: questão para crentes e não crentes’, realizada em Lisboa, na Capela do Rato.
A obra ‘Pai-nosso que estais na terra’ foi apresentada pelo escritor Pedro Mexia, partindo da abordagem psicanalítica a um “Pai que supera a oposição entre a lei e o desejo”, um “caderno de encargos altamente oneroso”.
A acentuação da vertente comunitária, a primeira introdução do telemóvel num livro de teologia, a tarefa da santificação, o encontro de vontades, a oração pelo pão e pelo sentido, o perdão, o apelo à vigilância e o abismo que pode ser ponte foram alguns dos assuntos tratados.
SNPC/OC