Roma, 25 set 2013 (Ecclesia) – A alta-comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural, Maria do Rosário Farmhouse, assinou a Declaração de Roma, em representação do Estado português, que condena o racismo e promove a diversidade cultural na União Europeia.
“[Nós] políticos temos particular responsabilidade em mostrar o caminho que combate o racismo e a xenofobia (…) e mostrarmos determinação nesta luta nas nossas palavras e nos nossos atos”, revela a Declaração, assinada na capital italiana por 17 responsáveis políticos da União Europeia (UE) para a Integração dos Estados-membros, esta segunda-feira.
“A Europa foi construída através e dentro da diversidade ao longo dos séculos e na Europa do século XXI é uma testemunha dessa herança variada”, assinala o documento que reafirma a vontade de lutar “ao máximo e de forma eficiente” contra a “praga” do racismo, a discriminação e a xenofobia” e de “tirar as lições do passado”.
Os 17 signatários condenam o racismo e promove a diversidade cultural surge como resposta aos insultos e atos de violência que têm visado a ministra italiana para a Integração, Cécile Kyenge, a primeira responsável política na História de Itália de origem africana.
A ministra de 48 anos tem cidadania italiana, “os pais emigraram da República Democrática do Congo para Itália há mais de 30 anos”, informa o ACIDI – Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural num comunicado enviado à Agência ECCLESIA.
Cécile Kyenge tem sido alvo de comentários discriminatórios, ofensas à integridade física, com arremesso de objetos, e alusões xenófobas não só por populares mas também por membros de partidos políticos italianos.
Segundo o ACIDI, com este documento pretende-se alertar os 28 Estados-membros da União Europeia, para a “aprovação de um Pacto 2014-2020 para uma Europa da Diversidade e de Luta contra o Racismo”, e os políticos que devem ser “modelos de aceitação da diversidade e da tolerância”.
Segundo a Declaração de Roma, “os instrumentos têm consolidado os valores da União Europeia fundada no respeito pela dignidade humana, liberdade, democracia, igualdade, Estado de direito e respeito pelos direitos humanos, incluindo os direitos das pessoas pertencentes a minorias.”
CB/OC