Cultura: Museu Nacional de Arte Antiga expõe «esbocetos» de Sebastiano Ricci, da Fundação «Gaudium Magnum» (c/vídeo)

Técnico superior Miguel Soromenho lembra que artista italiano também trabalhou para o Papa

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Lisboa, 28 jul 2022 (Ecclesia) – O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA), em Lisboa, tem em exibição as obras ‘Ártemis aparece a Admeto e Alceste’ e ‘Ifigénia em Áulide’, do pintor italiano Sebastiano Ricci, que pertencem à coleção da Fundação Gaudium Magnum.

“São dois modelos para os quadros de maior dimensão, são os esbocetos, feitos por um pintor de grande nível veneziano dos finais do século XVII, inícios do século XVIII. Um homem com uma vida aventurosa, que pinta e recebe influência de vários mestres italianos: Viveu em Veneza, Bolonha, Milão, Florença, Roma, trabalhou para Pavia, para outras cidades da Lombardia”, explicou Miguel Soromenho, técnico superior do MNAA, em declarações à Agência ECCLESIA.

Os dois quadros da Fundação ‘Gaudium Magnum – Maria e João Cortez de Lobão’ – ‘Artemísia aparece a Admeto e Alceste’ e ‘Ifigénia em Áulide’ – podem ser visitados no Museu Nacional de Arte Antiga, no âmbito do programa ‘O Belo, a Sedução e a Partilha’, estabelecido entre as duas instituições.

“Esta parceria foi proposta pelo Museu Nacional de Arte Antiga, pelo seu diretor, Dr. Joaquim Caetano, para a fundação expor durante os próximos cinco anos quadro da Coleção ‘Gaudium Magnum’, isto quer dizer que numa rotatividade de cerca de dois meses e meio, vem aqui partilhada com todos alguma das peças que a nós nos fascinaram e tivemos a alegria, a sorte, de poder ir juntando”, explicou Maria Cortez de Lobão.

À Agência ECCLESIA, a entrevistada, que lembrou parcerias com outras instituições, salientou que “a partilha é uma das características da fundação” que tem quatro pilares: Cultura, educação, beneficência e a investigação.

O subdiretor do Museu Nacional de Arte Antiga, Anísio Franco, explicou que a renovação “é fundamental” e que, naturalmente, o museu “gostaria de poder ter estas obras”, mas o seu espaço “não alberga todas as obras, e isto são bocados do museu que faltam”.

“Estes artistas que temos escolhido da coleção da Fundação Gaudium Magnum são complementos à nossa coleção. Ficam temporariamente, a generosidade dos colecionadores é fundamental, uma generosidade altruísta que nos deixa ver aquilo que não é nosso mas que no fundo é de todos”, desenvolveu em declarações à Agência ECCLESIA, recordando que “a partilha” e “o belo” são subtítulos deste ciclo de exposições.

Estas obras de Sebastiano Ricci (1659-1734), artista do barroco italiano, são dois temas da mitologia clássica e estão expostas até dia 5 de outubro, na Sala 49 da Galeria de Pintura Europeia do Museu Nacional de Arte Antiga.

“É sempre uma surpresa para nós quando os quadros chegam, vemos em fotografia, vemos em pequena escala, e quando abrimos das caixas é sempre melhor, sempre melhor. É uma qualidade extraordinária”, acrescentou Anísio Franco.

O técnico superior do MNAA, Miguel Soromenho, explica ainda que o pintor italiano, em 1711, foi viver para Inglaterra, onde ainda hoje existem “decorações” suas, “obras-primas da pintura a fresco”, e também “trabalhou para o Papa”.

Maria Cortez de Lobão salienta que ‘gaudium magnum’ quer dizer “grande alegria”, e a vida “é constituída de imensas grandes alegrias que se vão sucedendo”, e a inauguração da exposição no Museu Nacional de Arte Antiga, que esteve em destaque no Programa ECCLESIA desta quinta-feira (RTP2), é “sem dúvida uma delas”.

A Fundação Gaudium Magnum, realça a entrevistada dos seus quatro pilares, realiza, por exemplo, beneficência – em Serpa e Beja, pela ligação familiar a essa zona, e “um sentido de responsabilidade muito forte com as comunidades”.

No setor da investigação, Maria Cortez de Lobão destaca a colaboração com a Biblioteca Apostólica Vaticana, “num protocolo também assinado com o cardeal D. José Tolentino”, para o estudo, restauro, conservação, num “oceano de documentação, alguns com necessidade urgente de serem tratados”, e ofereceram um “manuscrito raro” do século XV, com sermões de São Bernardino de Sena, religioso franciscano.

HM/CB/OC

 

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Agência ECCLESIA

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