Cultura: Luís Miguel Cintra diz que ciclo «O Nome de Deus» denuncia «momento de trevas» nas artes em Portugal

Lisboa, 21 jan 2013 (Ecclesia) – O cofundador e diretor do Teatro da Cornucópia, Luís Miguel Cintra, considera que o ciclo ‘O Nome de Deus’, que começou este sábado, “é quase um manifesto” perante o “momento particularmente grave na evolução do trabalho da companhia”.

“A recente desvalorização explícita da utilidade pública do teatro e das artes em geral como consequência da declarada crise financeira, este momento de trevas em que não sabemos se teremos condições para continuar, vem precipitar uma indispensável reflexão sobre o nosso ofício que passa para nós pela reafirmação de uma evidência: a natureza política do nosso trabalho”, lê-se na folha de sala correspondente à leitura de ‘Gennariello’, do italiano Pier Paolo Pasolini (1922-1975), publicada no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC).

O ator e encenador da companhia lisboeta está convicto de que “a Arte pode ser fundamental na reinvenção da sociedade” e acredita que “a procura por tanta gente de um regresso a valores de natureza religiosa” insere-se “também nessa procura de uma nova maneira de viver” e “até de combater”.

A leitura pública de ‘Gennariello’ por parte do diretor da Cornucópia, que ocorreu sábado e domingo, enquadra-se num conjunto de atividades que antecedem a estreia, a 7 de fevereiro, da peça ‘O Estado do Bosque’, do padre e poeta José Tolentino Mendonça, diretor do SNPC.

O ciclo ‘O Nome de Deus’ prossegue a 26 e 27 de janeiro, respetivamente às 21h30 e 16h00, com a leitura, também por Luís Miguel Cintra, de ‘Duas Cartas’, do francês Paul Claudel (1868-1955).

SNPC/RJM

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Agência ECCLESIA

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