Padre Carlos Carneiro fez conferência de abertura na Jornada da Pastoral da Cultura
Fátima, 03 jun 2017 (Ecclesia) – O padre Carlos Carneiro afirmou na conferência de abertura das Jornada da Pastoral da Cultura que a Igreja deseja que a juventude “seja menos infantil” e precisa de “ser menos infantil na sua proposta”.
Para o sacerdote jesuíta, a juventude diz à Igreja Católica que “precisa de novas linguagens e novas gramáticas e uma frescura para os velhos e permanentes lugares de encontro”.
“O que a Igreja pode fazer para que a sua liturgia, sem perder a beleza e o seu caráter sagrado, possa ser cada vez mais cativante a ponto dos mais novos não terem de perguntar se têm de ir mas sofrerem se não podem ir?”, questionou o sacerdote.
Para o diretor do Centro Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loiola, a juventude pede à Igreja que tenha “a coragem de varrer alguma nostalgia dos seus tempos de glória”, que faça uma “purificação” para que não esteja sempre “voltada para o passado”.
“Há futuro para a juventude em Deus, há Igreja para juventude em Deus”, sublinhou o padre Carlos Carneiro, acrescentando que é necessário promover uma “cultura de proximidade e de transformação do que se encontra”, não apenas para “caminhar lado a lado”, mas para promover “relações de transformação”.
Na sua intervenção na Jornada da Pastoral da Cultura, o sacerdote disse que “a juventude de hoje pede à Igreja e à cultura um novo tipo de relação, que não fique só pela condenação, pela censura, por um julgamento, mesmo que bem intencionado, mas sempre parcial”.
Por outro lado, a Igreja deseja que a “seja cada vez menos ingénua e que não viva apenas justificada na sua própria fragmentação, como se fizesse o elogio das suas ferida e das sua dor”.
“Pedimos à juventude que não viva já envelhecida e cansada, sem perseverança, sem pertença, sem referências, como quem vagueia pelo mundo, sem saber que tem colo, que tem Mãe e que tem Pai”, disse o sacerdote jesuíta.
O padre Carlos Carneiro considera que a juventude “ganhará imenso em descobrir as coordenadas que lhe permitam ser feliz e construtora de novos modelos” e o “milagre da paixão pela Igreja há de acontecer sempre no escondimento, de uma peregrinação, na conversa, no confessionário”.
De acordo com o conferencista, a juventude e a Igreja desejam reciprocamente que cada uma das partes tenha “seriedade intelectual, cultural, que vai muito para além dos processos emocionais ou das pastorais de animação”.
O sacerdote jesuíta abordou na sua conferência quatro tópicos em torno das formulações “Quando a sede sabe que não é a fonte”, “Quando as convicções são mais do que prognósticos”, “O que fazemos quando Deus está ou não está no nosso imaginário” e “Quando o futuro já não é nem pode ser uma utopia, mas é um fascínio”.
A 13.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura decorre hoje em Fátima, tem por tema “Out of the box: A relação dos jovens com a Cultura” e termina com a entrega do Prémio ‘Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’ ao ator e encenador Luís Miguel Cintra.
CB/PR