Cultura: Jornada nacional «não pretende olhar de fora para o mundo da juventude» – D. Pio Alves

Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura promove debate sobre o tema do Sínodo dos Bispos

Fátima, 03 jun 2017 (Ecclesia) – O presidente da Comissão Episcopal Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais disse hoje que a Jornada da Pastoral da Cultura sobre os jovens pretende ser uma “amostra global” de análises, não olhando “apenas de fora” para a juventude.

Na intervenção de abertura da jornada, que decorre este sábado em Fátima por iniciativa do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, D. Pio Alves afirmou os trabalhos não pretendem “olhar apenas de fora para o mundo da juventude”, mas vão tentar também “auscultar vozes” que, a partir da sua vivência ou experiência, apontem “propostas de proximidade e resposta”.

“Será a nossa modesta contribuição a uma problemática social e eclesial: sempre atual; nem sempre presente. Com efeito, mesmo dentro da Igreja, não é facilmente compreensível que, a pouco mais de um ano da realização do Sínodo, esta análise e reflexão quase não tenham entrado em velocidade de cruzeiro”, afirmou o bispo auxiliar do Porto.

D. Pio Alves observou que “é notória a diferença, para menos, da receção, na comunicação global, deste tema quando comparado com o objeto do sínodo anterior sobre a família. E, ainda que situados em âmbitos distintos, a juventude não é menos importante”.

Para o presidente da Comissão Episcopal Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais a reflexão sobre a juventude “não pode ignorar o passado nem desistir do futuro” porque uma e outra “interessam primordialmente para viver o presente”.

“Se é verdade que a sociedade não pode desistir da juventude, muito menos a Igreja: porque a Igreja precisa da juventude e a juventude precisa da Igreja”, acrescentou.

D. Pio Alves realçou que os jovens, muito mais que qualquer outro grupo etário, “têm melhores condições” para mais livres de condicionalismos e interesses consolidados “ultrapassar barreiras artificiais e vícios reais”.

“Por parte da Igreja é tempo de que, de uma vez por todas, não se identifique discernimento vocacional / sentido para a vida, basicamente, com a opção pelo ministério ordenado ou vida consagrada. Na descoberta do sentido para a vida entra a escolha consciente de um entre todos os caminhos possíveis”, desenvolveu este responsável

A 13.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura decorre com o tema ‘Out of the box: A relação dos jovens com a Cultura’, que segundo o D. Pio Alves nasceu do encontro com o presidente do Conselho Pontifício para a Cultura (Santa Sé) no âmbito da Visita ad Limina em setembro de 2015.

O encontro em Fátima continua com a conferência de abertura com o diretor do Centro Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loiola, o sacerdote jesuíta Carlos Carneiro.

A partir das 11h30, o primeiro painel tem como intervenientes Fátima Pimparel, diretora da Pastoral da Cultura da diocese de Bragança-Miranda; Fernando José Cassola Marques, doutorando em Informática, Diocese de Aveiro e o padre Ricardo Tavares da Pastoral da Cultura da Diocese de Angra.

A tarde começa com um momento musical, a partir das 14h30, e meia hora depois o segundo painel reúne Catarina Farinha, licenciada em Farmácia Biomédica, voluntária em projetos com crianças e jovens, o professor catedrático Manuel Pinto, Universidade do Minho, Instituto de Ciências Sociais, e a investigadora Maria Helena Vieira com a moderação do jornalista Joaquim Franco.

O tema da Jornada Nacional da Pastoral da Cultura 2017 – ‘Out of the box: A relação dos jovens com a Cultura’ – foi escolhido no âmbito da assembleia geral do Sínodo dos Bispos que vai refletir sobre ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, em outubro de 2018.

A 13.ª Jornada Nacional da Pastoral da Cultura termina com a entrega do Prémio ‘Árvore da Vida – Padre Manuel Antunes’ ao ator e encenador Luís Miguel Cintra, às 16h15.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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