Cultura: Igreja em Braga procura retomar diálogo com a Universidade

O arcebispo de Braga, D. Jorge Ortiga, afirmou que a Igreja diocesana quer avançar quanto antes para a construção do Centro Universitário no campus da Universidade do Minho (UM), em Gualtar.

O prelado, que falava no final das I Jornadas da Cultura, organizadas pela Pastoral Universitária, salientou que o projecto do equipamento tem conhecido sucessivos atrasos, tudo por causa de incompreensíveis burocracias.

Segundo o Arcebispo de Braga, o futuro centro tem como missão permitir que a Igreja da diocese possa “estar mais mergulhada nos dinamismos da vida universitária, concretamente na vida da Universidade do Minho”.

Durante dois dias, a 19 e 20 de Novembro, o Auditório Vita acolheu as I Jornadas da Cultura, organizadas pela Pastoral Universitária e pela Vigararia Episcopal da Cultura e Diálogo, subordinadas ao tema “Religião, Igreja e Sociedade”.

Na sessão de encerramento, o arcebispo de Braga referiu que as várias intervenções “contribuíram para nos fazer tomar consciência do que é a nossa identidade” como cidadãos cristãos.

“Foi proposta a consciencialização de uma maior e mais activa participação no momento presente. Também foram lançados vários desafios concretos”, indicou o prelado.

D. Jorge Ortiga salientou que as Jornadas da Cultura organizadas pela Pastoral Universitária “consistiram essencialmente numa aposta pastoral neste nosso ambiente religioso que é marcadamente denominado pela dimensão devocional e por um certo tradicionalismo. São uma aposta pastoral da qual se deve tirar como conclusão a urgência de pensar, de cultivar um pouco mais o pensamento”.

O responsável pela diocese lembrou que “em muitos livros, a sociedade moderna é apelidada como a época do pensamento débil, líquido entre outras tantas coisas”.

Por isso desafiou: “Nós temos de pensar, temos de o fazer não apenas individual ou sectorialmente, dentro de aspectos que nos são mais próximos, mas pensar também de um modo comunitário, em grupo, em Igreja, e de uma forma multidisciplinar, numa interdependência dos diversos conhecimentos”.

No final da intervenção, agradecendo a organização, D. Jorge Ortiga exortou que aquelas jornadas “sejam semente de outros momentos de maior e mais concreta reflexão para que a Igreja se prepare convenientemente para responder aos anseios que a sociedade hodierna vai levantando “.

Nestas jornadas interveio D. Manuel Clemente, bispo do Porto, que falou numa “grande pulverização das convivências tradicionais, familiares ou outras” e da “fraca consistência de valores comuns e aceites”, nas sociedades ocidentais.

Redacção/«Diário do Minho»

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