Cultura: Igreja deve chegar aos jovens com «nudez», «simplicidade» e «pobreza», diz Manuel Fúria

Compositor e vocalista considera que hoje «é mais difícil avançar com definições» sobre as culturas juvenis

Lisboa, 10 abr 2013 (Ecclesia) – A Igreja Católica deve chegar aos jovens não com os “dispositivos mundanos” que caracterizam as suas culturas “mas com os dispositivos de Deus, cumprindo a sua vocação de nudez, simplicidade, pobreza”, considera o cantor Manuel Fúria.

“A Igreja, pelo menos a Igreja hierárquica, sempre foi de um tempo ausente, procurando imunidade aos ricochetes do mundo, dirigindo-se sempre para a sua vocação de esposa e corpo de Cristo. Parece-me que a resposta e o desafio é precisamente o cumprimento dessa vocação”, salienta em artigo publicado hoje na página do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

No texto que integra a mais recente edição do boletim ‘Observatório da Cultura’, o artista que recentemente lançou o CD ‘Manuel Fúria Contempla Os Lírios do Campo’ sustenta que as “máscaras do mundo” não são precisas “para chegar ao íntimo” do ser humano.

“Será, certamente, necessário compreender estas culturas [juvenis], tal como São Francisco Xavier compreendeu indianos e japoneses, mas o objetivo primeiro e último é, através de suavidade e firmeza, o entendimento de cada pessoa, única e eternamente amada pelo Pai”, assinala.

Entre “hip hop”, “roque”, “hipsters”, “malta da música de dança, metaleiros e panques” há hoje “tudo e mais alguma coisa – misturado, remisturado, confuso e desornado tal como o mundo virtual” proporcionado pelos computadores, aponta o vocalista, da antiga banda ‘Os Golpes’.

O compositor e letrista assinala que hoje “é mais difícil avançar com definições” sobre as culturas juvenis: “Venha a Igreja ao seu encontro, utilizando a linguagem deste tempo, permanecendo na fidelidade à ‘única palavra’”, que é Cristo.

As culturas juvenis emergentes, tema da assembleia plenária do Conselho Pontifício da Cultura realizado no mês de fevereiro em Roma, é um dos temas da edição de abril do ‘Observatório da Cultura’, que inclui um texto sobre o assunto assinado pela fadista Carminho.

RJM

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