Primeiro dia dos Bens Culturais quis mostrar «trabalho válido» realizado nesta área
Braga, 19 out 2011 (Ecclesia) – A diretora do Secretariado Nacional dos Bens Culturais da Igreja (SNBCI) afirmou que hoje existe a “consciência nítida e clara” que as igrejas e os bens culturais “não são para estar fechados nem escondidos”.
Em declarações à Agência ECCLESIA, Sandra Costa Saldanha realçou que o Dia Nacional dos Bens Culturais da Igreja, celebrado pela primeira vez esta terça-feira, em Braga, pretendeu divulgar e transmitir conhecimentos sobre o património para que a “sua fruição” real.
«Património da Igreja: conhecer e fruir» foi o tema central deste dia, realizado no Auditório Vita, daquela cidade, onde as cerca de duas centenas de participantes deram a conhecer “o trabalho muito válido e de grande qualidade que tem sido feito nas dioceses portuguesas”.
A estruturação dos bens culturais em Portugal é “muito recente” e estão a “dar-se passos muito importantes, frisou a responsável do SNBCI.
Em representação do secretário de Estado da Cultura, Francisco José Viegas, esteve João Soalheiro que afirmou à Agência ECCLESIA que a celebração deste dia “é uma oportunidade dos próprios bens culturais da Igreja se manifestarem às comunidades eclesiais e divulgarem o ser enorme e fabuloso trabalho a toda a sociedade”.
A Secretaria de Estado da Cultura acompanha com “muito interesse o trabalho desenvolvido pela Igreja católica em Portugal nesta área” porque “é um parceiro incontornável na salvaguarda, valorização e fruição deste valioso património”, realçou João Soalheiro.
Em relação à nova estruturação do governo português e ao diálogo com as entidades governamentais, Sandra Costa Saldanha realça que “já se realizou um encontro com o novo secretário de Estado” e que “é um diálogo que está na esteira daquilo que já vinha dos governos anteriores”.
Ao analisar o trabalho feito nos últimos tempos na área do património, esta responsável referiu que a “questão da inventariação é basilar” e apesar de “estar atrasada” em algumas dioceses, noutras “está em bom curso”.
A diretora do SNBCI sublinhou também que a disponibilização desse património só “poderá existir depois de haver um conhecimento prévio e elementar”, só assim poderá disponibilizado e utilizado “em benefício da própria liturgia e da pastoral”.
Com o país a atravessar dificuldades económicas, Sandra Costa Saldanha não teme um arrefecer do ímpeto ou no corte dos apoios porque a Igreja em Portugal “tem tido o hábito de fazer «omoletes com poucos ovos»”.
Como nem tudo se justifica pela “falta de recursos” ou “de financiamentos”, a responsável apela a uma “dose de criatividade cada vez maior”.
Relativamente ao setor da conservação e restauro, a diretora do SNBCI salienta que é uma “área muito problemática” porque “se continuam a cometer atentados muito graves contra o património cultural da Igreja”.
Com o intuito de colocar um travão “nas intervenções danosas”, Sandra Costa Saldanha adianta que se está a criar “um regulamento a disponibilizar a todas as dioceses para que determinadas normas sejam aplicadas”.
LFS