Padre José Tolentino Mendonça propõe a utilização da Arte, nas suas diversas formas, para ajudar a traduzir a palavra da fé
Lisboa, 01 fev 2013 (Ecclesia) – O diretor do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC) sustenta que a Igreja Católica ainda funciona muito em “circuito fechado” e precisa de simplificar o seu diálogo com a sociedade.
Em entrevista publicada na edição mais recente do Semanário ECCLESIA, o padre José Tolentino Mendonça refere que a origem do problema está centrada na utilização de “uma linguagem pastoral que só” os fiéis “entendem” mas também na falta de dinamização dos lugares de culto, que em alguns casos “parecem arrecadações”.
Além da necessidade de “traduzir” a comunicação pastoral para uma “linguagem mais universal”, é preciso utilizar melhor o património da Igreja.
[[a,d,3755,Emissão 30-01-2013]]“A maior parte das igrejas em Portugal estão cheias de tesouros e de símbolos com os quais a comunidade hoje não tem a capacidade de dialogar”, lamenta.
Para reforçar o papel dos locais de culto, enquanto “lugar de fronteira, onde o mundo se aproxima do reino de Deus”, o presidente do SNPC propõe o recurso à arte e a outras formas de cultura que permitam ajudar crentes e não crentes entenderem melhor a palavra da fé, como acontece na Capela do Rato, em Lisboa, espaço de que é responsável.
Naquele espaço realizam-se habitualmente exposições e representações artísticas, sessões de cinema de cariz espiritual, debates sobre questões sociais e reflexões sobre textos bíblicos, entre outras iniciativas.
“A gestão crente de um espaço tem de ser sempre muito criativa, desacomodada, de portas abertas, para acolher, envolver, para despertar, espicaçar as consciências”, salienta o padre e poeta Tolentino Mendonça.
LS/JCP