Cultura: Escritora Alice Vieira diz que Igreja usa linguagem «nem sempre acessível a todos»

Secretariado Nacional lançou questões sobre a relação entre a pastoral católica e os agentes culturais

Lisboa, 07 nov 2011 (Ecclesia) – A escritora Alice Vieira considera que a Pastoral da Cultura promovida pela Igreja Católica em Portugal “está a fazer um bom trabalho”, mas por vezes “usa uma linguagem nem sempre acessível a todos”.

“Temos de pensar que há muitas camadas diferenciadas de pessoas, pelo que é importante chegar a todas e que todas cheguem a nós, sem afastar ninguém”, refere, em depoimento que integra a edição de novembro de 2011 do “Observatório da Cultura” (n.º 16).

Na publicação do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura (SNPC), Alice Vieira fala dos desafios que se colocam na relação da Igreja com a Cultura, afirmando que “criar, manter e repensar são vertentes necessárias para uma melhor comunicação”.

“Se não tivermos uma cultura de valores com muita força ficaremos numa situação complicada neste momento de grande crise. A Igreja tem pela frente um grande trabalho de estar ao lado da Cultura, e também de a ampliar e pensar”, assinala a escritora.

Para André Dourado, programador cultural, na relação entre a Igreja e a Cultura “é tempo de restaurar descomplexadamente uma das linhas mestras da relação entre as duas ao longo dos tempos, e que fez da segunda um meio privilegiado de propagação da Fé”.

“Apesar de a Cultura ser hoje feita de realidades muito diversificadas das quais a religião é apenas uma parte, e já não o centro, ela deve ser assumida, a par da área social/humanitária, como o campo por excelência no qual se estabelece o contacto entre a Igreja e a sociedade, tornando-se um palco de afirmação do papel da Igreja no mundo”, aponta, em declarações ao SNPC.

A historiadora Ângela Xavier afirma, por sua vez, que é preciso “reabrir definitivamente as portas da Igreja a todos os que, por vias diversas, pesquisam caminhos que os conduzam ‘para além de’, para além do óbvio, para além de um senso comum repetidamente repetido, numa qualquer busca do(s) sagrado(s), das diversas formas pelas quais o(s) sagrado(s) se pode(m) manifestar, experienciar”.

Os textos desta edição serão gradualmente disponibilizados no site do Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura.

SNPC/OC

 

 

 

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