Mais de centena e meia de participantes em Jornada cultural promovida pela Igreja Católica, em Fátima
O economista social Alfredo Bruto da Costa defendeu hoje em Fátima que “vivemos numa cultura condescendente com a desigualdade”.
O presidente da Comissão Nacional Justiça e Paz (CNJP) falava na abertura da Jornada da Pastoral da Cultura, promovida pela Igreja Católica.
Perante mais de uma centena e meia de participantes, Bruto da Costa alertou para as dinâmicas “contraditórias” que se vivem nas sociedades actuais: a “afirmação das culturas” e a “guetização das culturas”.
Segundo o presidente da CNJP, a afirmação “não é percebida pela sociedade de acolhimento nem pelas sociedades de cultura minoritária” num contexto de “convivência e de convergência”.
Neste contexto, aponta, há uma necessidade de “abrir-se ao universal”.
“A igualdade não deve ser encontrada ao nível das culturas, num sentido superficial, mas a um nível mais profundo, da própria identidade do ser humano”, indicou Alfredo Bruto da Costa.
A Jornada, dedicada ao “Elogio da Igualdade”, iniciou-se com a projecção do filme “A Ilha da Cova da Moura”, do realizador Rui Simões.
O cineasta apelou ao “respeito pela diferença”, que considerou “uma riqueza”, referindo ainda a importância de “reivindicar o respeito por nós próprios”, pela história de Portugal no mundo, com consequências no acolhimento dos outros.
Para Rui Simões, é fundamental ter em consideração o valor “cultural” de mostrar a diferença, mesmo enquanto minoria.
Alfredo Bruto da Costa referiu, a respeito do filme exibido, que “aqueles habitantes da Cova da Moura também são seres humanos, como nós”, uma afirmação da “igualdade”.
“Há muitos aspectos da vida das pessoas em que o aspecto comum se afirma de forma flagrante, mas tendemos a afirmar mais as diferenças”, alertou.
O economista social afirmou “a necessidade de uma abertura a outras culturas, que é facilitada pela abertura ao universal”.