Festival Terras Sem Sombra trouxe de volta a memória da resistência portuguesa às Invasões Francesas, com a ajuda do ator Luís Miguel Cintra
Beja, 12 jun 2012 (Ecclesia) – O castelo de Beja recuou este sábado à época das Invasões Francesas, com a ajuda do Festival Terras Sem Sombra, organizado pelo Departamento do Património Histórico e Artístico (DPHA) da Diocese alentejana.
Segundo um comunicado do organismo católico, enviado esta segunda-feira à Agência ECCLESIA, a fortificação bejense, que esteve na linha da frente da revolta contra as tropas gaulesas, em 1808, foi o “cenário perfeito” para a realização do espetáculo “Oh Nobre Liberdade”, antecedendo o Dia de Portugal.
O ator e encenador Luís Miguel Cintra, distinguido este ano como o melhor entre os seus pares pela Sociedade Portuguesa de Autores, deu voz à primeira apresentação pública da versão nacional da “Ode a Napoleão Bonaparte”.
Este texto, já disponível num livro editado pelo DPHA, foi escrito pelo poeta britânico Lord Byron dias depois do imperador francês se render às forças aliadas de Portugal e Grã-Bretanha, no fim de um conflito que ficou conhecido como “as Invasões Francesas” (1807-1814).
O espetáculo consistiu na recitação dramática do poema, ao som de música clássica interpretada pela Orquestra Sinfónica Portuguesa.
Luís Miguel Cintra participou ainda na “estreia nacional” de outro texto histórico, “Guzman, el Bueno”, que o poeta Tomás de Iriarte escreveu em 1791, em honra do fundador da casa ducal de Medina Sidónia, a mais antiga e importante de Espanha.
As obras de Byron e Iriarte são hoje “duas peças chave da música europeia”, sublinha o DPHA, que “com a união da música erudita à história reafirmou a tónica” que tem dominado o Festival Terras Sem Sombra.
O certame, que se prolonga até dia 23 de junho, tem como “compromisso” a “descentralização cultural” e a “dinamização dos monumentos históricos” da Diocese de Beja.
Procura ainda sensibilizar as populações locais para a importância de preservar o património ambiental e natural do Baixo Alentejo, contando com o contributo dos artistas e personalidades convidadas.
Exemplo disso mesmo foi a participação, este domingo, do ator Luís Miguel Cintra numa “ação de defesa da biodiversidade”, a favor de “aves estepárias” como a abetarda, o alcaravão ou o cortiçol-de-barriga-preta, na Herdade da Apariça, em São Matias.
JCP