Cultura: Bibliotecas eclesiais online

«Portal Cesareia» foi apresentado hoje, no Porto, durante um encontro nacional dedicado ao património bibliográfico da Igreja Católica

Porto, 25 Mar (Ecclesia) – As bibliotecas eclesiais portuguesas vão passar a funcionar em rede, através de um portal de internet que permitirá a todos os interessados um acesso rápido aos conteúdos que cada entidade tenha para oferecer.

“Este universo é vasto e pouco homogéneo, daqui ter surgido a ideia de disponibilizar acesso a essa estrutura comum, de forma a fazer chegar aos interessados informações e notícias julgadas pertinentes para a comunidade” adiantou hoje Alfredo Ramalho, responsável pelo Portal Cesareia.

O director executivo da Biblioteca Universitária João Paulo II, da Universidade Católica Portuguesa, explicou o projecto durante o II Encontro Nacional dedicado ao tema «As Bibliotecas e o Livro em instituições eclesiais», no Porto.

Num painel intitulado «Uma nova dinâmica em rede nas instituições eclesiais», aquele responsável destacou sobretudo a mais-valia que este projecto poderá trazer para as unidades bibliográficas mais pequenas, como por exemplo nas paróquias ou colégios.

“Detêm conjuntos bibliográficos muitas vezes insuficientemente conhecidos dos próprios detentores, que não estão tecnicamente tratadas, mas que, enquadradas num conjunto estruturado e acessível, poderão ter um valor acrescido muito relevante” realçou Alfredo Ramalho.

Ainda em fase de desenvolvimento, o portal Cesareia irá disponibilizar todo o tipo de informações relacionadas com as diversas bibliotecas eclesiais do país, desde a apresentação e historial de cada unidade, passando pela disponibilização online dos seus catálogos.

Divulgar e modernizar este património cultural da Igreja Católica, seja nas dioceses ou paróquias, seminários e universidades, ou em unidades detidas por ordens religiosas, é um dos temas fortes do encontro, acolhido pelo Seminário Maior do Porto.

Num “ponto de situação” relativo à situação do livro e das bibliotecas eclesiais portuguesas, a directora do Secretariado Nacional para os Bens Culturais da Igreja (SNBCI), chamou a atenção para a falta de meios humanos qualificados para lidar com esta área.

“São escassos os casos de instituições cujos responsáveis possuem formação específica para a tarefa que desempenham” explicou Sandra Saldanha, acrescentando que “a maioria das bibliotecas não dispõe de funcionários”.

O estado de conservação de infra-estruturas e recursos foi classificado de “bom”, depois de uma análise feita a um conjunto de 40 bibliotecas de instituições religiosas, mas o mesmo já não se pode dizer ao nível do trabalho de catalogação das obras.

“Quase metade das bibliotecas não dispõe de catálogo” lamentou a directora do SNBCI, revelando ainda que “quando existe, é dominantemente informatizado, não correspondendo, todavia, à totalidade das colecções”.

O II Encontro Nacional sobre as Bibliotecas e o Livro em Instituições Eclesiais partiu da iniciativa do Grupo de Trabalho para a área das Bibliotecas e do Livro, do SNBCI, e destina-se não só a profissionais que desenvolvem actividade nesta área, como a toda a comunidade em geral.

Marcam presença, entre outros, D. Manuel Clemente, bispo do Porto e presidente da Comissão Episcopal da Cultura, Bens Culturais e Comunicações Sociais, e o cardeal Rafaele Farina, Bibliotecário-Arquivista do Vaticano.

JCP

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