Cuidados Paliativos: Portugal avança significativamente na formação de profissionais de saúde e atividade assistencial

Relatórios do Observatório Português destacam também desafios críticos que ainda precisam ser superados para garantir uma cobertura e qualidade adequadas

Lisboa, 14 jan 2025 (Ecclesia) – O Observatório Português dos Cuidados Paliativos da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa (UCP) publicou os relatórios de 2023 que mostram que Portugal progrediu no reforço desta área com formação e atividade assistencial.

“A formação de profissionais de saúde e a atividade assistencial em cuidados paliativos em Portugal demonstraram avanços significativos”, adianta o comunicado da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem da UCP enviado hoje à Agência ECCLESIA, com base nos documentos.

Apesar dos reforços contínuos, ainda há profissionais em equipas especializadas de cuidados paliativos sem formação específica.

“Em 2022, 11,2% dos profissionais que atuam com adultos não possuíam formação formal na área, sendo 10,3% entre os profissionais das Unidades de Cuidados Paliativos (UCP)”, adianta o comunicado.

Ainda assim, mais de 65% dos profissionais em Equipas Intra-hospitalares de Suporte em Cuidados Paliativos (EIHSCP) já contam com formação avançada, incluindo pós-graduações e mestrados, refletindo o progresso no desenvolvimento de competências especializadas.

De acordo com a UCP, o relatório enfatiza a importância de programas obrigatórios de educação e destaca a necessidade de fortalecer a formação contínua interdisciplinar e a expansão de estágios certificados para otimizar a qualidade dos cuidados, sobretudo em cenários de alta complexidade.

O estudo ressalta a insuficiência de serviços especializados em várias regiões, com uma taxa de cobertura de 9% para adultos e apenas 0,9% para pediátricos.

“Em 2022, foram referenciados 11.190 doentes para cuidados paliativos, dos quais 10.173 foram efetivamente admitidos, para e nas equipas que participaram no estudo”, pode ler-se.

De acordo com o comunicado da Faculdade de Ciências da Saúde e Enfermagem da UCP, “As Equipas Intra-hospitalares representaram a maior proporção de admissões (45,7%), mas a acessibilidade permanece desigual, com Lisboa concentrando 36,7% dos casos atendidos”.

Além disso, o relatório sugere medidas urgentes para aumentar a capacidade de resposta das equipas, com foco na adequação do rácio de profissionais por doente e na expansão do uso de instrumentos de avaliação padronizados.

A Faculdade de Ciências da Saúde da UCP sublinha que “estas conclusões reforçam a necessidade de maior investimento e uma estratégia de longo prazo para garantir que todos os cidadãos recebam cuidados adequados no momento certo”.

Os dois relatórios vão estar disponíveis esta quarta-feira no site do Observatório Português dos Cuidados Paliativos.

O Observatório Português dos Cuidados Paliativos do Centro Interdisciplinar em Investigação para a Saúde da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade Católica Portuguesa monitoriza e promove o desenvolvimento desta área em Portugal, contribuindo com dados e recomendações estratégicas para apoiar políticas públicas e práticas clínicas.

LJ/PR

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