Cuidados de saúde: «Só na relação de confiança [entre doente e profissional de saúde] é que podemos florescer» – Joana Ramos

Universidades Católicas organizaram mesa redonda sobre «Vulnerabilidade e cuidados de saúde», em Roma (Itália), com a participação de estudantes de doutoramento

Lisboa, 06 mai 2025 (Ecclesia) – Joana Ramos, do Instituto de Estudos Políticos da Universidade Católica Portuguesa, destaca a importância da relação de confiança entre o doente e o médico para os cuidados de saúde.

“[Identificar a vulnerabilidade] torna-se fundamental nos cuidados de saúde. Perceber o doente que está à nossa frente e entender que só nessa relação de confiança é que podemos florescer”, afirmou a aluna de doutoramento da UCP, em entrevista ao Programa ECCLESIA transmitido hoje na RTP2.

Roma (Itália) acolheu no passado dia 07 de abril uma mesa-redonda sobre “Vulnerabilidade e cuidados de saúde”, promovida pela Aliança Estratégica das Universidades Católicas de Investigação (SACRU), na qual se inclui a UCP, que teve Joana Ramos como participante.

“A nossa ideia foi muito esta, partindo um pouco até da própria visão cristã, pensar a vulnerabilidade não como uma situação pontual, não como o doente específico, mas partindo do próprio sacrifício de Cristo, partindo da própria ideia da criação, da vulnerabilidade de Deus”, indicou.

A entrevistada recorda que também o Papa Francisco falava muito sobre a vulnerabilidade, da necessidade do cuidado, da proximidade e da dimensão relacional que os cuidados de saúde também têm de ter.

“Reconhecendo as nossas próprias limitações, percebemos que precisamos do outro para podermos evoluir, para podermos crescer e para podermos florescer naquilo que também o Papa muitas vezes nos alertava”, lembra.

Num momento em que a Igreja se prepara para conhecer o sucessor do Papa Francisco, Joana Ramos expressa o desejo de que os cuidados de saúde continuem a ser uma “prioridade em geral”.

“Da nossa parte continuará a ser um trabalho que vamos desenvolver, porque é uma necessidade, obviamente, intemporal”, garantiu Joana Ramos, acreditando que a saúde “continuará certamente a ser fundamental nos próximos anos”.

Depois da mesa-redonda, os estudantes de doutoramento que integram a SACRU vão reunir ao longo do mês de maio para produzir um relatório final que aborde as conclusões a que se chegaram.

Joana Ramos explicou que o trabalho em torno da vulnerabilidade começou a ser pensado durante a época da pandemia da Covid-19, no âmbito da Aliança Estratégica de Universidades Católicas de Investigação, associado a esta doença.

“Em 2024, evoluiu para um repensar da vulnerabilidade no âmbito da saúde como um todo”, refere, dando conta que o “projeto que era mais específico para investigadores e para professores acabou por se alargar” para outros alunos de doutoramento.

“Cada um de nós desenvolve um projeto no âmbito do nosso doutoramento separado e ao trabalharmos em conjunto começámos a perceber que a questão da vulnerabilidade era um tema conjunto a todos os nossos projetos de doutoramento em áreas completamente diferentes”, revelou.

Os estudantes perceberam que a “questão da vulnerabilidade associada também à confiança era um tema que precisava de ser muito repensado” e, no decorrer de 2024, encontraram-se várias vezes online, reunindo-se posteriormente no âmbito do Jubileu dos Doentes e do Mundo da Saúde, em Roma, a 07 de abril, no Anto Santo.

A Aliança Estratégica das Universidades Católicas de Investigação (SACRU) é uma rede de universidades dedicadas à investigação e ao ensino de excelência, ao envolvimento e à colaboração global pautada pela doutrina social católica.

PR/LJ/OC

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