Cuba: Papa reuniu-se com Fidel Castro em Havana

Bento XVI e antigo líder cubano encontraram-se na Nunciatura Apostólica durante cerca de meia hora (Vaticano)

Havana, 28 mar 2012 (Ecclesia) – Bento XVI e o antigo líder cubano Fidel Castro reuniram-se na Nunciatura Apostólica (embaixada da Santa Sé) em Havana, à porta fechada, durante cerca de meia hora, anunciaram os serviços de informação do Vaticano.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do Vaticano referiu que a reunião foi “muito cordial” e abordou questões da atualidade mundial, temas de ciência, cultura e ecologia.

O Papa manifestou a sua alegria por estar em Cuba, manifestando a sua gratidão pelo acolhimento recebido, segundo o padre Lombardi.

A reunião entre o Papa e Castro, que no próximo dia 13 de agosto vai completar 86 anos, foi apresentada pela Rádio Vaticano na sua página na internet.

A emissora assinala que Fidel Castro se manifestou sobre a beatificação de Madre Teresa de Calcutá, tendo colocado perguntas sobre as mudanças na liturgia católica e sobre o papel do Papa, a quem assegurou que acompanhou esta viagem através da televisão.

Ambos brincaram com a sua idade e Bento XVI, que em abril completa 85 anos, disse ser um “ancião” que ainda faz o seu trabalho.

O Papa falou das suas viagens, dos encontros com as populações e prometeu enviar livros a Fidel Castro, que lhe pediu textos para aprofundar a temática da relação entre fé e razão.

O antigo presidente cubano falou das dificuldades nos tempos atuais, para a humanidade, e Bento XVI aludiu à ausência de Deus.

Com o Papa estiveram ainda a mulher e dois filhos de Fidel Castro.

O encontro decorreu pelas 18h30 de Lisboa (menos seis em Havana), pouco depois de Bento XVI ter apelado “à liberdade religiosa em Cuba, na missa final da sua visita de três dias ao país, afirmando que esta ilha precisa de mudanças e “transformação social”.

Fidel Castro revelara ter solicitado ao Papa “uns minutos do seu ocupado tempo”, assinalando que a resposta positiva lhe chegou através do ministro dos Negócios Estrangeiros, Bruno Rodríguez, segundo o qual Bento XVI ficaria agradado com “este modesto e simples contacto”.

“Cumprimentarei com muito gosto amanhã, quarta-feira [hoje, ndr], Sua Excelência o Papa Bento XVI, como o fiz com João Paulo II, um homem a quem o contacto com as crianças e com os cidadãos humildes do povo suscitava, invariavelmente, sentimentos de afeto”, informou Castro, afastado do poder desde 2006, num artigo de opinião publicado no jornal ‘Granma’, órgão oficial do Partido Comunista Cubano.

João Paulo II (1920-2005) foi o primeiro Papa visitar Cuba, em janeiro de 1998, e recebeu Fidel Castro no Vaticano, em 1996.

O comandante-chefe cubano, substituído em 2008 pelo seu irmão Raúl Castro, publicou esta terça-feira uma reflexão na qual sublinhou a sua “convicção de que marxistas e cristãos sinceros, dos quais conheci muitos, independentemente das suas crenças políticas e religiosas, deveriam e poderiam lutar pela justiça e a paz entre os seres humanos”.

O Papa, que completa 85 anos em abril, termina hoje a sua segunda viagem à América Latina, iniciada na sexta-feira com uma visita ao México, tendo-se seguido, desde segunda-feira, a ilha de Cuba.

OC

Notícia atualizada ás 21h05

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