Viagem que vai prosseguir nos EUA tem grande peso diplomático
Havana, 19 set 2015 (Ecclesia) – O Papa chegou hoje à capital de Cuba, Havana, para a sua primeira visita ao país, que se prolonga até terça-feira, dia em que Francisco segue para os Estados Unidos da América, numa viagem de grande peso diplomático.
O voo AZ4000 da Alitalia aterrou às 15h51 (20h51 em Lisboa) no aeroporto internacional José Martí após uma viagem de cerca de 11 horas e meia e o Papa foi recebido pelo presidente cubano, Raul Castro e pelo arcebispo de Havana, cardeal Jaime Lucas Ortega y Alamino, para além de autoridades estatais, diplomáticos e eclesiais.
A comitiva do Papa inclui cerca de 30 pessoas, incluindo o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, e o seu braço direito, D. Paul Richard Gallagher, secretário do Vaticano para as relações com os Estados.
A Santa Sé explica que esta presença reforça a importância dada à “política externa” nesta décima viagem do Papa ao estrangeiro.
Os Estados Unidos da América e Cuba anunciaram em dezembro de 2014 a decisão de restabelecer as relações diplomáticas e económicas entre os dois países, que tinham sido cortadas em 1961, pouco depois de chegada ao poder de Fidel Castro.
D. Angelo Becciu, substituto da Secretaria de Estado do Vaticano para os Assuntos Gerais revela que o acordo foi assinado diante do cardeal Pietro Parolin, “quase como garantia da palavra dada”.
Segundo o presidente norte-americano, Barack Obama, o Vaticano e o próprio Papa Francisco intervieram diretamente neste processo, pedindo às duas partes que restabelecessem o diálogo e promovessem mudanças.
Raúl Castro, por sua vez, elogiou o papel do Papa Francisco e do Vaticano, que acolheram o encontro conclusivo de 18 meses de conversações decorridas em segredo.
D. Angelo Becciu recordou, por outro lado, que a “sempre se pronunciou contra o embargo” económico, “em Cuba como noutros países, porque quem sofre é o povo, são os pobres”.
Sinal do interesse suscitado pela viagem, a comitiva papal inclui 75 jornalistas, tendo recusado outros 60 pedidos de acreditação no voo pontifício.
A terceira visita de um Papa a Cuba, após São João Paulo II (1998) e Bento XVI (2012), marca o 80.º aniversário das relações diplomáticas entre a Santa Sé e Havana.
OC