Responsáveis acusam dissidentes de tentarem manipular politicamente próxima visita de Bento XVI
Havana, 15 mar 2012 (Ecclesia) – A Arquidiocese de Havana condenou, em comunicado, a ocupação de uma igreja católica na capital cubana, gesto que qualificou como “ilegítimo” e “irresponsável”, a poucos dias da visita de Bento XVI ao país.
“A Igreja escuta e acolhe todos, intercede igualmente por todos, mas não pode aceitar as tentativas que desvirtuam a natureza da sua missão ou que podem colocar em perigo a liberdade religiosa dos que visitam as nossas igrejas”, refere o documento, publicado esta quarta-feira na página da diocese cubana na internet.
Treze manifestantes, membros do Partido Republicano de Cuba (PRC) – considerado ilegal pelo governo – ocupam desde terça-feira a basílica de Nossa Senhora da Caridade, no centro de Havana, recusando-se a abandonar o local.
Segundo os responsáveis católicos, atos similares aconteceram noutras igrejas, embora os manifestantes tenham acabado por sair das mesmas, adiantando que “outros grupos” recusaram as ocupações por considerarem que se tratava de uma “atitude irrespeitosa em relação à Igreja”.
“Trata-se de uma estratégia preparada e coordenada por grupos, em várias regiões do país. Não é um ato fortuito, mas programado e, aparentemente, com o propósito de criar situações críticas à medida que se aproxima a visita do Papa Bento XVI”, refere a Arquidiocese de Havana, presidida pelo cardeal Jaime Ortega.
A nota sublinha que “ninguém tem o direito de transformar os templos em trincheiras políticas” ou “perturbar o espírito de celebração” dos que se preparam para receber a visita papal, entre os próximos dias 26 e 28.
Os dissidentes afirmaram ter uma mensagem para Bento XVI e um conjunto de “reivindicações sociais”.
Em carta dirigida ao Papa, os manifestantes pedem-lhe para pressionar as autoridades no sentido de haver uma abertura política que ponha termo à repressão na ilha.
OC
